Polícia britânica nega racismo durante operação de busca a atleta português

6 de Julho 2020

A polícia britânica garante ter cumprido as regras durante uma operação de revista ao automóvel onde seguia o atleta português Ricardo dos Santos e a família em Londres, apesar das queixas de racismo. 

“Cada operação stop é conduzida de acordo com os seus méritos, à discrição dos agentes envolvidos, tendo em conta vários aspectos, incluindo comportamento e respeito”, disse a polícia num comunicado.

Segundo a polícia, responsáveis pelo cumprimento visionaram vídeos partilhados nas redes sociais e as imagens recolhidas pelas câmaras que os agentes tinham nas fardas e concluíram “não existir preocupação com a conduta” dos polícias envolvidos.

Ricardo dos Santos circulava de carro na capital britânica com a mulher, Bianca Williams, e um filho recém-nascido, quando foi mandado parar, mas disse que continuou mais alguns metros até junto à residência.

Um vídeo filmado pelo telemóvel de Williams, ela também atleta, mostra os polícias a rodear o carro armados com bastões e um martelo para partir a janela e a puxar o casal com violência para fora do carro e a decretar ordem de prisão.

Os dois foram algemados e detidos durante 45 minutos antes de serem libertados.

Segundo Bianca Williams, especialista dos 200 metros, Ricardo dos Santos já foi parado cerca de 15 vezes desde que adquiriu um carro de marca Mercedes.

“É sempre a mesma coisa com o Ricardo. Eles pensam que ele está a conduzir um carro roubado, ou que esteve a fumar canábis. É discriminação racial. A forma como falaram com o Ricardo, como se ele fosse ralé, tivesse feito alguma coisa mal, foi chocante”, disse a mulher ao jornal Sunday Times.

O atleta português de 25 anos, especialista nos 400 metros, representa o Benfica e vive em Londres com Williams, de 26 anos, sendo ambos treinados pelo antigo campeão britânico Linford Christie.

LUSA/HN

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