Novas descobertas sobre infeções causadas por Listeria

7 de Julho 2020

O Professor Juan José Quereda Torres colaborou com o Instituto Pasteur,de Paris, para revelar novas descobertas sobre como a bactéria Listeria invade as células humanas e animais. O investigador e professor da Faculdade de Estudos Veterinários da Universidade Cardenal Herrera (CEU UCH) de Valência, Juan José Quereda Torres, acaba de publicar os resultados dos seus […]

O Professor Juan José Quereda Torres colaborou com o Instituto Pasteur,de Paris, para revelar novas descobertas sobre como a bactéria Listeria invade as células humanas e animais.

O investigador e professor da Faculdade de Estudos Veterinários da Universidade Cardenal Herrera (CEU UCH) de Valência, Juan José Quereda Torres, acaba de publicar os resultados dos seus avanços no estudo e conhecimento do processo infecioso da bactéria Listeria monocytogenes, juntamente com investigadores do Instituto Pasteur de Paris, onde trabalhava e com quem continua a colaborar a partir da CEU UCH. As suas novas descobertas, que acabam de ser publicadas no “Journal of Infectious Diseases”, revelam como a bactéria invade as células para replicar e espalhar a infeção no organismo de pessoas e animais.

A Listeria monocytogenes é uma bactéria patogénica que interessa tanto à medicina humana como veterinária: a listeriose é a doença zoonótica que, transmitindo-se dos animais para os seres humanos, causa o maior número de mortes. Os casos de infeção têm aumentado desde 2008 na União Europeia, especialmente em Espanha. Como salienta o professor Quereda, “A Listeria monocytogenes pode ser encontrada numa grande variedade de alimentos, mas cozinhá-los a temperaturas superiores a 65ºC mata a bactéria. O risco está nos alimentos prontos para consumo, ou seja, aqueles que não são cozinhados antes de serem consumidos, incluindo alimentos crus, alimentos processados e aqueles que são feitos com leite não pasteurizado. Esta bactéria pode também contaminar o leite cru, que está em voga em algumas áreas”.

Este novo estudo foi desenvolvido em conjunto com a equipa de investigação dos médicos Pizarro-Cerdá e Cossart, do Instituto Pasteur de Paris, com o qual trabalha em conjunto há vários anos. O seu trabalho de investigação centra-se no processo infecioso através do qual a bactéria Listeria monocytogenes invade as células do hospedeiro e atinge o citosol para se replicar. Como observa Quereda, “a fim de progredir no conhecimento deste processo, nesta última investigação com o Instituto Pasteur, inativámos a expressão dos 165 genes mais importantes do mamífero hospedeiro para a infeção por Listeria monocytogenes, e identificámos pela primeira vez os fatores do hospedeiro que modulam a rutura do vacúolo e o acesso citoplasmático às células epiteliais”.

O professor da CEU UCH salienta também que “estas descobertas poderiam permitir desenvolver, no futuro, novas terapias para tratar a listeriose em humanos e animais. A listeriose tem atualmente uma taxa de mortalidade de entre 10 e 30%, apesar da implementação de tratamento antibiótico”. A relevância dos resultados obtidos neste último estudo permitiu a sua publicação no prestigioso “Journal of Infectious Diseases”

Ver artigo original Aqui.

NR/HN/Adelaide Oliveira

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