Vacina para o COVID’19 da Moderna induz resposta “robusta” e vai começar a ser administrada a humanos dia 27 do corrente

20 de Julho 2020

O NEJM publicou uma análise interina esta terça-feira, de um ensaio clínico de Fase I em andamento para a vacina experimental mRNA-1273 para o COVID-19 da Moderna em todos os participantes, com os autores a dizer que “não existiram preocupações de segurança que limitassem o ensaio clínico”.

O NEJM publicou uma análise interina esta terça-feira, de um ensaio clinico de Fase I em andamento para a vacina experimental mRNA-1273 para o COVID-19 da Moderna em todos os participantes, com os autores a dizer que “não existiram preocupações de segurança que limitassem o ensaio clinico”. O principal oficial médico da Moderna Tal Zaks diz que os dados “demonstraram que a vacinação com mRNA-1273 espoleta uma resposta imunitária robusta em todos os níveis de doses”, e também “apoiam claramente a escolha de 100 mcg num regime de dose de esforço (Prime and boost regímen) como a dose ótima para os estudos da Fase II” agendados para começar a 27 de julho.

A análise interina avaliou um calendário de vacina de duas doses de mRNA-1273, administrado via injeções intramusculares administradas com 28 dias de intervalo, em 45 participantes saudáveis com idades entre os 18 e os 55 anos. Os estudos da Fase I estão a testar as doses de 25, 100 e 250 mcg, e esta análise relata resultados ao longo de 57 dias. Os primeiros dados disponíveis em maio mostraram que a vacina, que está a ser codesenvolvida com o Instituto de Alergia e Doenças Infeciosas Nacional dos Estados Unidos (NIAID), suscitou um título de anticorpos neutralizantes em todos os oito participantes iniciais nas cortes das doses baixas e média.
Anticorpos e a resposta das células T
A Moderna explicou que nas análises mais recentes, o mRNA-1273 induziu as ligações em anticorpos para o comprimento máximo do pico da proteína do SARS-CoV-2 em todos os participantes depois da primeira vacinação, com aumentos dependentes da dose verificados em todos os três níveis de dosagem, e entre as vacinações em regime de dose de esforço dentro das cortes. Todos os participantes foram seroconvertidos até à marca dos 15 dias. Depois de duas vacinações, ao dia 57, a os títulos da média geométrica excederam aqueles vistos nos soros convalescentes obtidos de 38 pacientes com COVID-19 confirmado, dos quais 15% foram classificados como tendo sintomas severos, 22% tinham sintomas moderados e 63% tinhas sintomas ligeiros.

A Moderna transmitiu ainda que o mRNA-1273 suscitou títulos de anticorpos neutralizantes “robustos” depois de duas vacinas, com uma atividade neutralizante contra a SARS-CoV-2 vista em todos os participantes avaliados até ao dia 43. Mais tarde, na Fase III serão selecionadas doses de 100 mcg. Os níveis de títulos de média geométrica no dia 57 eram de 2. Uma dobra acima dos observados com o soro convalescente de referência. “Uma resposta clara à dose foi observada nos títulos da média geométrica entre as doses de 25 mgc e 100 mcg, com um aumento adicional da dose mínima na dose de 250 mcg”, refere a companhia.

A resposta das células T foi também avaliada nos níveis de 25 e 100 mcg. A Moderna diz que depois da segunda vacina, o mRNA-1273 “suscitou respostas influenciadas pela Th1 das células T CD4 sem elevação significativa das respostas influenciadas pela Th2 das células T CD4”.

A avaliação da durabilidade das respostas imunitárias está em andamento, e os participantes serão seguidos por um ano depois da segunda vacina.

Efeitos secundários mais comuns depois da segunda dose

A série de vacinas de duas doses foi geralmente segura, sem toxicidade séria até ao dia 57, e que dos eventos sistémicos adversos foram reportados depois da primeira vacina, estes foram rotulados como moderados ou ligeiros. Ainda assim, os eventos adversos sistémicos solicitados foram mais comuns depois da segunda vacina e ocorreram em sete dos 13 participantes do grupo dos 25 mcg, todos os 15 sujeitos no grupo dos 100 mcg, e todos os 14 dos membros do grupo dos 250 mcg. Entre ambas as vacinas, os eventos adversos locais e adversos solicitados que ocorreram em mais de metade dos participantes incluía a fadiga (80%), arrepios (80%), dores de cabeça (60%) e mialgia (53%), bem como dor na zona da injeção.

“Estas descobertas de segurança e imunogenicidade apoiam o avanço da vacina com mRNA-1273 para os ensaios clínicos das fases mais avançadas”, dizem os autores. Entretanto, a Moderna notou que as cortes adicionais nesta Fase I do estudo completaram a inscrição, incluindo três que envolvem adultos mais velhos nas idades dos 56 e 70 anos, e outros três com idades mais avançadas de 71 e mais anos de idade. Espera-se que estes dados sejam publicados separadamente. Em adição, o estudo de Fase II do mRna-1273 em 600 adultos saudáveis. A avaliação das doses com 50 mcg e 100 mcg está também em curso.

Com a dose da Fase III a ser finalizada nos 100 mcg, a Moderna afirmou que continua no caminho para ser possível entregar “aproximadamente 500 milhões de doses por ano, e com a possibilidade de fabricar mil milhões por ano”, a começar em 2021.

NR/HN/João Daniel Ruas Marques

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Assaltada base da ambulância de emergência do INEM na Maia

A base da ambulância de emergência médica da Maia do INEM foi assaltada hoje, tendo sido roubados um computador e peças de fardamento do instituto, disse à Lusa fonte o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH).

Abertas candidaturas para o Prémio Grünenthal Dor 2023

A Fundação Grünenthal premeia anualmente trabalhos de investigação clínica ou básica, a quem atribui um prémio no valor de 7500 euros. O período de apresentação de candidaturas decorrerá até 30 de maio de 2024.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights