Governo grego espera ter vacinas a partir de dezembro

18 de Agosto 2020

O ministro da Saúde da Grécia manifestou esta terça-feira a esperança de receber em dezembro as primeiras doses da vacina contra a Covid-19, na sequência de um acordo entre a União Europeia e a indústria farmacêutica.

“Se tudo correr bem, a Grécia receberá em dezembro o primeiro de sete lotes”, que continuarão a chegar entre janeiro e junho se a potencial vacina AZD1222 passar para a quarta fase do ensaio clínico, explicou Vassilis Kikilias, em entrevista à televisão privada Skai.

Kikilias adiantou que a conclusão da última fase está prevista para novembro.

“Começaremos com 700 mil doses em dezembro, que será uma dose única ou dupla, e teremos cerca de três milhões de doses no total”, acrescentou.

A Comissão Europeia anunciou na sexta-feira ter chegado a acordo com o grupo farmacêutico AstraZeneca para adquirir uma potencial vacina contra a Covid-19.

A Comissão afirmou que, “assim que a vacina se revelar segura e eficaz”, comprará 300 milhões de doses, tendo ainda “opção de compra de mais 100 milhões para os Estados-membros”.

A Grécia tem uma taxa relativamente baixa de infeção e morte por Covid-19 em comparação com outros países da UE, mas a disseminação do coronavírus disparou nas últimas semanas.

O país registou mais de 7.200 casos no total, incluindo cerca de 2.800 só em agosto, tendo já morrido 230 pessoas.

O anúncio do Governo grego foi feito poucas horas depois da primeira noite em Atenas em que todos os alojamentos turísticos estiveram fechados entre a meia-noite e as sete da manhã – medida já imposta há alguns dias noutras zonas turísticas do país – já que a capital é a cidade com mais novos casos de infeção pelo coronavírus desde o início do verão.

As autoridades atribuem o aumento de casos ao não cumprimento das regras de distanciamento em restaurantes, bares e reuniões públicas, por isso, a proteção civil ordenou o encerramento noturno destes locais de diversão em mais de 12 regiões, incluindo alguns dos principais pontos turísticos do país.

O primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, avisou ainda que “medidas mais radicais e com repercussões económicas” serão aplicadas se a propagação do vírus continuar.

Na entrevista hoje divulgada, o ministro da Saúde grego anunciou também que o setor da saúde pública foi fortalecido com a contratação de 6.500 profissionais e que, até ao final do ano, a capacidade das unidades de cuidados intensivos será duplicada.

Além disso, a partir desta semana, as áreas mais afetadas terão um limite de 50 pessoas em todos os eventos públicos e sociais, com exceção dos restaurantes, teatros e cinemas, e passa a ser obrigatório o uso de máscara por funcionários e utentes dos serviços públicos.

Além disso, os funcionários que fazem parte de grupos de alto risco terão a opção de trabalhar remotamente até 31 de agosto.

A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 770.429 mortos e infetou mais de 21,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

LUSA/HN

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