UMinho investiga novos fármacos e dispositivos para diminuir mortes por malária

18 de Agosto 2020

Uma investigadora da Universidade do Minho (UMinho) está a desenvolver uma investigação para "reduzir os casos de morte por malária", que passa pela "descoberta e validação de fatores moleculares", desenvolvimento de novos fármacos e dispositivos de diagnósticos.

Em comunicado, a UMinho explica hoje que o projeto está ser conduzido por uma investigadora do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Escola de Medicina, Isabel Veiga, e que tem ênfase no estudo da “espécie mais mortífera” do parasita que causa aquela doença – o Plasmodium falciparu.

Realçando que em 2018 a malária atingiu 228 milhões de pessoas em todo o mundo e causou 405 mil mortes, segundo dados da Organização Mundial de Saúde, a UMinho refere que, em Portugal, são registados cerca de 200 casos “importados” por portugueses que estiveram em trabalho nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

“O meu objetivo é poder contribuir para a redução do número de casos de morte por malária, em todo o mundo”, afirma Isabel Veiga.

Os estudos desenvolvidos, explica a UMinho, “com ênfase na espécie mais mortífera Plasmodium falciparum”, vão desde a descoberta e validação de fatores moleculares que levam à falência terapêutica, desenvolvimento de novos fármacos e, até mesmo, ao desenvolvimento de dispositivos diagnósticos para a doença.

“É importante realçar que os números têm vindo a diminuir desde as últimas duas décadas, com mais de um milhão de mortes reportadas no ano 2000. Este decréscimo, muito encorajador, deveu-se, entre outras medidas, ao uso da combinação terapêutica baseada na substância artemisinina”, refere a investigadora que se dedica ao estudo da malária há 16 anos.

“No entanto, é também de salientar que a presente realidade de resistência, reportada em 2008, à composição atualmente utilizada pode estar a refletir-se no número de casos que temos atualmente, e que tem vindo a manter-se, desde 2015”, continua.

Isabel Veiga lembra que “Portugal já foi um país de malária” e que, apesar de, atualmente, se tratar de uma doença de países tropicais e subtropicais, é de declaração obrigatória”.

“A malária torna-se assim uma doença com relevância de estudo para o nosso país. Em colaboração com alguns hospitais do Norte, tenho vindo a desenvolver um estudo de marcadores moleculares de resistência dos casos importados”, explica Isabel Veiga.

A malária é uma doença provocada por protozoários do género Plasmodium, transmitido através da picada do mosquito (género Anopheles). Uma vez no ser humano, os parasitas vão primeiramente multiplicar-se no fígado, passando posteriormente a infetar os glóbulos vermelhos do sangue.

Além de febre, os sintomas da malária são variáveis, sendo os casos mais graves, inclusive morte, causados pela espécie Plasmodium falciparum.

LUSA/HN

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