Mais de 800 empresas cabo-verdianas colocaram quase 16 mil trabalhadores em ‘lay-off’

1 de Setembro 2020

Mais de 800 empresas cabo-verdianas colocaram 15.974 trabalhadores no regime de ‘lay-off’, lançado pelo Governo para mitigar as consequências da pandemia de Covid-19, segundo dados oficiais.

De acordo com o mais recente balanço da estatal Pró-Empresa, responsável por gerir os apoios às empresas cabo-verdianas no âmbito da pandemia, foram aprovados desde abril 812 pedidos de adesão de empresas ao regime de ‘lay-off’ simplificado, envolvendo 15.974 trabalhadores.

Com esta medida governamental, aplicada para mitigar os efeitos da crise económica provocada pela pandemia de Covid-19, os trabalhadores recebem 70% do seu salário bruto, que é pago em partes iguais pela entidade empregadora e pelo Estado, através do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).

No mais recente balanço da medida, é referido que já foram pagos pelo INPS 172 milhões de escudos (1,6 milhões de euros) a 13.641 trabalhadores.

A suspensão do contrato de trabalho, nestes moldes e válido para todas as empresas, começou a ser aplicada em abril, quando foi decretado o primeiro período de estado de emergência em Cabo verde, e prolongou-se até 30 de junho.

O nome modelo de ‘lay-off’ simplificado entrou em vigor em 01 de julho, sendo válido até 30 de setembro, agora apenas para empresas que apresentem quebra de 40% na faturação, ficando ainda proibidas de fazer despedimentos até praticamente final do ano.

O vice-primeiro-ministro de Cabo Verde, Olavo Correia, admitiu no final de julho que a pandemia de Covid-19 está a colocar “em risco” 150 mil empregos no arquipélago, sendo necessária uma intervenção “muito forte” do Estado para travar o desemprego “em massa”.

“A taxa de desemprego pode duplicar em Cabo Verde, em consequência do impacto da pandemia da Covid-19. Temos, neste momento, cerca de 206 mil pessoas empregadas. Cerca de 150 mil empregos estão em risco”, afirmou Olavo Correia, que é também ministro das Finanças.

A taxa de desemprego em Cabo Verde antes do início da pandemia de Covid-19 rondava os 11%, mas a atual previsão do Governo aponta para 20% até final do ano, devido aos efeitos da crise no setor do turismo, que garante 25% do Produto Interno Bruto do país, quando o arquipélago está fechado a voos internacionais desde 19 de março.

Entre as medidas políticas que “visam a proteção e a criação do emprego”, Olavo Correia destacou o ‘lay-off’, iniciado em abril. É a medida com o maior peso no Orçamento Retificativo de 2020, que entrou em vigor em agosto, contando com uma estimativa de 155 milhões de escudos (1,4 milhões de euros) por mês, pagos a uma média estimada de 11 mil trabalhadores com suspensão de contrato de trabalho.

Cabo Verde contava até 31 de agosto com um acumulado de 3.884 casos de Covid-19, com 40 mortos.

A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 847.071 mortos e infetou mais de 25,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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