Vírus no sangue consegue prever casos graves de Covid-19

2 de Setembro 2020

Uma análise ao sangue aquando da admissão no hospital para o despiste de SARS-CoV-2 consegue identificar pacientes com alto risco de um caso grave de Covid-19. Os pacientes admitidos sem o vírus no sangue têm uma boa hipótese de uma recuperação rápida. Isto de acordo com os investigadores no Instituto Karolinska e do Hospital Danderyd, num novo estudo publicado no jornal científico Clinical Infectious Diseases.

Foram recolhidas amostras de sangue de pacientes com infeções confirmadas de Covid-19 até três dias depois da admissão no Departamento de Doenças Infecciosas, no Hospiatal Danderyd na Suécia. Pacientes com níveis reconhecidos do novo corona-vírus  SARS-CoV-2 no sangue foram sete vezes mais prováveis de desenvolver sintomas críticos e oito vezes mais prováveis de morrer dentro de 28 dias.

“Este teste pronto a utilizar permite-nos identificar grupos de pacientes com um risco superior ou inferior de Covid-19, que nos permite guiar melhor o tratamento e monitorizar os pacientes”, diz o autor líder do estudo Karl Hagman, consultor de doenças infeciosas no Hospital Danderyd e estudante de doutoramento no Departamento de Ciências Clínicas do Instituto Karolinska.

Os investigadores analisaram a presença de RNA viral no sangue utilizando uma técnica hospitalar padrão chamada PCR realizada em amostras recolhidas de 167 pacientes. Sessenta e um pacientes tinham níveis mesuráveis do vírus no sangue e 15 desses 61 morreram dentro de 28 dias após a recolha sanguínea. O número pode ser comparado com as três mortes (3%) entre os 106 pacientes que não tinham níveis mesuráveis de vírus no sangue. A presença do vírus no sangue aumentou com a idade e era mais comum em pacientes com mais de 60 anos.

Os investigadores não receberam qualquer financiamento específico para este estudo. O último autor do estudo, Johan Ursing, tem uma posição de investigação financiada pela Região de Estocolmo. Um dos co-autores reportou receber pagamento da companhia farmacêutica Pfizer fora deste estudo. Nenhum outro potencial conflito de interesses foi declarado sobre este estudo.

Mais informação Aqui.

NR/HN/João Daniel Ruas Marques

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