Presidente moçambicano ameaça recuar no alívio das restrições

7 de Setembro 2020

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, avisou esta segunda-feira que vai voltar a impor restrições em caso de violação em massa das medidas de prevenção da Covid-19, criticando o consumo desregrado de álcool e desrespeito do distanciamento social em praias.

Filipe Nyusi fez o aviso durante uma comunicação à nação sobre a passagem hoje do 46.º aniversário da assinatura dos Acordos de Lusaka, rubricados a 7 de setembro de 1974 pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), atual partido no poder, e pelo Governo português e que estabeleceram as condições para a declaração da independência de Moçambique, a 25 de junho de 1975.

“Vamos observar por mais algum tempo [a conduta das pessoas], se isso prevalecer, vamos recuar [no alívio das medidas]”, declarou o chefe de Estado moçambicano.

Filipe Nyusi avançou que recebeu com “desagrado” informações de que muitas pessoas estiveram a consumir bebidas alcoólicas de forma desregrada e sem observar o distanciamento social em algumas praias do país, durante o fim-de-semana “longo”, que se estendeu até ao feriado do dia dos Acordos de Lusaka. “Não vamos permitir que as vidas das pessoas sejam postas em causa”, vincou Filipe Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano frisou que o fim do estado de emergência e a entrada em vigor, esta segunda-feira, do estado de calamidade pública não significa a cessação das medidas de segurança sanitária. “O que pretendemos é combinar o binómio entre a segurança sanitária e a economia. Queremos, mais uma vez, apelar ao rigor na observância das medidas de prevenção”, declarou Filipe Nyusi.

O país entrou segunda-feira no estado de calamidade pública, estando previsto um terceiro pacote de medias de alívio das restrições impostas no quadro de estado de emergência que vigorava desde 2 de abril ao abrigo das medidas de prevenção da Covid-19. Moçambique regista 27 mortes por Covid-19 e 4.444 casos.

Em todo o mundo, a pandemia de Covid-19 já provocou cerca de 890 mil mortos e infetou cerca de 27 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

LUSA/HN

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