Testes alargados da vacina russa no Brasil

10 de Setembro 2020

A vacina Sputnik V, que está em desenvolvimento para combater a pandemia de Covid-19, ganha força no Brasil, onde também será testada na Bahia, o segundo estado depois do Paraná a assinar um acordo com a Rússia.

A informação foi avançada hoje pelo Governo estadual da Bahia, que indicou que “assinou um protocolo de confidencialidade para poder participar nos testes da vacina produzida pela Rússia contra a covid-19”.

“A previsão é que o estado receba 500 doses da vacina assim que cumpridas as etapas burocráticas”, indicou aquele Governo estadual em comunicado.

Antes do acordo de confidencialidade, no qual a Bahia se compromete a resguardar informações sigilosas sobre a vacina e que serão submetidas à aprovação das autoridades reguladoras brasileiras, ambas as partes assinaram um protocolo de entendimento prévio que contempla a produção local do imunizante.

O governador da Bahia, Rui Costa, destacou o alcance do acordo que foi enviado à Embaixada da Rússia e instou o Governo Federal, liderado pelo Presidente brasileiro, Jair Bolsoanro, a ser “mais incisivo na busca por alianças sem preconceitos ideológicos ou dogmáticos com qualquer nação do mundo”.

No mesmo sentido, o governador do estado de São Paulo, João Doria, lamentou “profundamente” a interrupção dos testes da vacina britânica de Oxford, principal aposta de Jair Bolsonaro, que chegou a referir-se depreciativamente às iniciativas chinesas.

“Quanto mais vacinas existirem, melhor. Mais rápido imunizaremos os brasileiros e mais vidas serão salvas. Não importa a origem da vacina, mas sim a sua eficácia comprovada. Não estamos na corrida pelas vacinas, mas sim pela vida”, destacou Doria, que lidera a produção no país da chinesa Sinovac.

Atualmente no Brasil, um dos três países mais afetados pela pandemia em todo o mundo, estão a ser realizados testes com as vacinas desenvolvidas pela multinacional Johnson & Johnson, Reino Unido (AstraZeneca e Universidade de Oxford), China (Sinovac Biotech) e consórcio BioNTech (Alemanha) e Wyeth/Pfizer (Estados Unidos).

Além disso, o governo do estado do Paraná, na fronteira do Brasil com Argentina e Paraguai, aguarda autorização das autoridades sanitárias para começar a testar a mesma vacina russa Sputnik V em humanos.

A empresa brasileira de medicina diagnóstica Dasa também anunciou esta quarta-feira que uma vacina sintética desenvolvida pela farmacêutica Covaxx, com bons resultados iniciais, será testada em cerca de três mil voluntários no Brasil.

Trata-se da UB-612, uma possível vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela Covaxx, uma divisão da norte-americana United Biomedical, que teve resultados bem-sucedidos na fase um dos testes com voluntários em Taiwan, informaram porta-vozes da Dasa e da Covaxx numa conferência de imprensa virtual.

Em agosto, a Bahia também havia anunciado um protocolo de entendimento com o Grupo Nacional de Biotecnologia da China (CNBG), subsidiária do Grupo Farmacêutico Nacional Chinês (Sinopharm) e responsável pela produção de outras duas vacinas no país asiático que já passaram pelas suas primeiras fases dos estudos.

O protocolo com a estatal chinesa prevê a aplicação das duas vacinas em seis mil pacientes de toda a região nordeste do Brasil.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos e o terceiro de infetados (mais de 4,1 milhões de casos e 127.464 óbitos).

A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 898.503 mortos e infetou mais de 27,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

 

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