Moçambique tem 345.000 deslocados em campos de acomodação

15 de Setembro 2020

O número total de deslocados internos em campos de acomodação em Moçambique ascende a 345.000, a maioria em Cabo Delgado, norte do país, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, sigla inglesa).

“A situação humanitária em Cabo Delgado deteriorou-se significativamente nos últimos oito meses devido à insegurança e violência” na mesma altura em que a pandemia de covid-19 “está a agravar-se” no país, “aumentando a insegurança alimentar e esgotando a capacidade das famílias”.

Os dados fazem parte de um resumo do OCHA sobre a situação humanitária em Moçambique, divulgado na segunda-feira.

Estima-se que haja 250.000 deslocados em Cabo Delgado, afetados pelo conflito entre rebeldes armados e forças moçambicanas, além de outros 95.000 no centro do país, devido a desastres naturais (ciclones e inundações) e ataques de ex-guerrilheiros.

A resposta aos apelos da ONU para apoio financeiro a Moçambique para enfrentar a covid-19 e ataques armados em Cabo Delgado varia entre 19% a 58%, respetivamente, quase três meses e meio após terem sido lançados.

Em coordenação com o Governo moçambicano, as Nações Unidas lançaram a 04 de junho um apelo aos parceiros internacionais para angariação de 68,1 milhões de dólares (57,3 milhões de euros) destinados a um apoio urgente a Moçambique para combate à covid-19 e já receberam 13,2 milhões de dólares (11 milhões de euros), ou seja, 19%.

O plano para enfrentar a covid-19 prevê abranger até dezembro cerca de três milhões de pessoas de um total de oito milhões que a ONU estima necessitarem de ajuda, numa operação que envolve 57 parceiros setoriais, dando prioridade ao reforço dos serviços de saúde e soluções para problemas dos grupos vulneráveis.

Na mesma altura, foi lançado outro apelo para apoio a deslocados pela violência armada em Cabo Delgado no valor em 35,4 milhões de dólares (29,7 milhões de euros), tendo recebido 20,7 milhões de dólares (17,4 milhões de euros), ou seja, 58%.

Além dos deslocados, o apelo tem em conta as comunidades de acolhimento, também já de si empobrecidas, estimando-se que haja 712.000 pessoas a necessitar de ajuda.

O plano pretende apoiar 354.000, cerca de metade, até final do ano.

NR/HN/LUSA

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