A vacinação em adultos diminui o risco de doenças cardiovasculares

18 de Setembro 2020

A importância da vacinação em idade adulta e os efeitos na sociedade e nas economias foi o tema que marcou, esta quarta-feira, o webinar organizado pela GSK. No evento internacional, os especialistas aproveitaram para quebrar receios associados à segurança das vacinas e explicar a forma como as doenças infeciosas podem ser fatais em doentes crónicos.

O webinar titulado “Vacinação no Adulto e Envelhecimento Saudável no contexto da atual pandemia” contou com a participação de especialistas na área da vacinação. A sessão, divida em duas partes aborda o valor da vacinação nos adultos e a importância da prevenção de doenças através de hábitos e comportamentos saudáveis.

Alberta di Pacual, Directora Global Medical Lead Vaccine Science & Medical Education, GSK Global Medical Affairs, GSK Vaccines, arranca o debate realçando o papel das vacinas dentro da sociedade. “A vacinação pode fornecer a proteção e ajudar a saúde das pessoas em diferentes momentos e circunstâncias das suas vidas”.

A segurança das vacinas e importância dentro da sociedade

De acordo com a especialista, ao longo da vida o sistema imunitário das pessoas responde de forma diferente às doenças infeciosas. “O facto de envelhecermos tem efeitos na forma como o nosso organismo luta contra estas doenças”, sublinhando que as vacinas garantem a imunidade necessária quando o próprio copo não consegue combater o vírus sozinho. No entanto, alerta para o facto de existirem vacinas exclusivas para determinados grupos.

Na sessão, Alberta di Pacual aproveitou, ainda, para falar sobre um dos tópicos que causa provoca maior receio nas populações – a segurança das vacinas. A especialista reconhece que esta é uma das principais questões que preocupa os doentes. No entanto, garante, existe um escrutínio constante por parte das autoridades de saúde para garantir a segurança das vacinas. “Todas as autoridades de saúde que atuam nesta área estão constantemente a confirmar, monitorizar e verificar se as vacinas cumprem as regras de segurança”.

“Para garantir que a vacina cumpre as regras, estas são testadas numa amostra bastante alargada”, acrescenta.

Proteção contra a saúde pública e económica das empresas

Do ponto de vista da especialista, as vacinas não servem apenas para garantir a saúde pública, mas também para garantir a saúde económica e a produtividade das empresas. “A Covid-19 veio demonstrar como as doenças infeciosas têm um profundo impacto nas economias”.

A especialista conclui que a vacinação só consegue ter um efeito positivo no bloqueio da transmissão do vírus quando cerca de 90% da população é imunizada.

Na sessão online, dirigida a mais de 50 jornalistas em todo o mundo, Mark Doherty, PhD Senior Manager, Global Medical Affairs, Vaccines, aborda a vacinação em adultos e a importância da prevenção de doenças infeciosas.

O especialista explica que o envelhecimento mais tardio da população faz com que as pessoas estejam mais sujeitas a contrair doenças. “No caso das pessoas com idades avançadas, as doenças infeciosas representam um risco maior”. Este risco aumenta quando existem doenças crónicas e comorbidades graves, como é o caso da obesidade, a diabetes, a asma, as alterações cardíacas, entre outras.

Mark Doherty revela que “a qualidade de vida destas pessoas tem diminuído devido às doenças”, sendo que “o número de adultos que tem doenças preexistentes é de um quinto a nível global”.

Doenças infeciosas podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares 

Para ilustrar a forma como a situação piora quando o doente crónico sofre de uma infeção aguda por influenza, o especialista recorre a um quadro onde mostra como esta infeção pode contribuir para eventos de risco de problemas cardiovasculares. Mark Doherty explica que a influenza grave faz com que as artérias coronárias fiquem inflamadas e limitadas. Ao isto acontecer, os limites arteriais ficam danificados e obstrução começa a ocorrer, provocando com que os níveis de oxigénio e a pressão sanguínea diminuam.

Para o especialista a vacinação contra a influenza pode reduzir significativamente o risco de complicações cardiovasculares. Suportado por três estudos sobre o tema, Mark Doherty explica que a vacina reduz 65% a possibilidade de o paciente morrer através de uma doença cardiovascular; reduz, no geral, 39% em todas as causas de mortalidade; reduz em 53% complicações cardiovasculares e em 36% ocorrências de complicações cardíacas.

Para além da proteção que a vacina provoca no sistema imunitário, o especialista chama, também, a atenção para a forma como os comportamentos diários do paciente afetam o funcionamento do sistema imunitário. O exercício físico, uma boa alimentação e comportamentos saudáveis, como não fumar ou beber álcool, contribuem para a fortalecer o organismo.

Os oradores concluem que deve ser reforçada a importância da vacinação em idade adulta. Por um lado, Alberta di Pascual defende que para consciencializar as pessoas sobre esta temática deve haver uma maior educação e mais ações de campanha por parte do Governo. Para a especialista, os meios de comunicação também têm um papel crucial na forma como as pessoas olham para a vacinação.

Para evitar com que haja um sentimento de desconfiança, Alberta di Pascual refere que a comunicação e a informação que é dada deve ser transparente; devem ser dados a conhecer os componentes e os médicos devem ser capazes de esclarecer todas as dúvidas do paciente de forma a transmitir segurança.

“Os componentes do sistema imunitário são como folhas de uma árvore”

Na mesma linha de pensamento, Mark Doherty conclui que a vacinação ajuda a diminuir custos nos serviços de saúde, uma vez que a vacinação diminui complicações para os quais o tratamento acabaria por representar um elevado custo.

A sessão é encerrada pela moderadora e pelo Diretor de Global Medical Affairs, Anar Andani, onde é feita uma analogia sobre a forma como o sistema imunitário funciona. “Os componentes do sistema imunitário são como folhas de uma árvore. Na primavera podemos imaginar que as folhas estão radiantes, fortes e a árvore está cheia de folhas. No outono, estas folhas diminuem em tamanho e caem. Isso é o que acontece no organismo de um jovem adulto, com a diferença que na primavera as folhas voltam a crescer, ao contrário do nosso corpo.”

“A vacinação em jovens adultos tem um papel determinante”, conclui.

A GSK assegura a distribuição de mais de dois milhões de vacinas em mais de 160 países. A farmacêutica conta com 30 vacinas no mercado, sendo que 15 estão a ser desenvolvidas. “Quatro em cada dez crianças são protegidas de doenças graves produzidas pela GSK”.

HN/ Reportagem por Vaishaly Camões

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