João Valente Nabais Vice-Presidente da Federação Internacional da Diabetes, Professor Auxiliar da Universidade de Évora, Assessor da Direção da APDP

A Saúde como motor da economia, paz e desenvolvimento

09/22/2020

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A Saúde como motor da economia, paz e desenvolvimento

22/09/2020 | Opinião

Os ministros da saúde dos 53 Estados membro da Organização Mundial da Saúde, Região Europa, estiveram reunidos de 14 a15 de setembro para discutir o plano de trabalho e as prioridades para 2020-2025. Este plano, também conhecido por “United Action for Better Health in Europe”, foi aprovado na 70.ª sessão desta Organização e pode ser descarregado em:
https://www.euro.who.int/en/about-us/governance/regional-committee-for-europe/70th-session/documentation/working-documents/eurrc7011-rev.4-european-programme-of-work-20202025-united-action-for-better-health-in-europe
Este plano tem como prioridades:

– Garantir o acesso universal a cuidados de saúde de qualidade;

– Proteção contra emergências médicas;

– Construir comunidades saudáveis, onde as ações de saúde pública e as adequadas políticas públicas garantam a melhoria da qualidade de vida e atingir uma economia mais saudável.

Este plano de trabalho realça, entre outras, a necessidade de colocar as pessoas no centro do sistema de saúde, de providenciar a proteção aos mais desfavorecidos, o empoderamento das pessoas como fator de desenvolvimento, a promoção de estilos de vida e ambientes que fomentem a saúde e o bem-estar e que promovam a prevenção das doenças crónicas.

Estas prioridades são ambiciosas e só serão possíveis de alcançar com o total envolvimento da Sociedade Civil, em particular das Associações de Doentes Crónicos, e de outras estruturas dos Governos para além da Saúde, como por exemplo a Segurança Social, o Desporto e a Educação.

Será também fundamental garantir uma eficaz e profunda luta contra as desigualdades em saúde, ainda tão marcantes nos dias que correm e com tanto impacto negativo na sociedade.

É preciso aprender com as lições da Covid-19, que em Portugal colocou bem evidente o papel fundamental do Serviço Nacional de Saúde, no sentido de os Sistemas de Saúde se adaptarem e não esquecerem o tratamento de outras patologias, especialmente as doenças crónicas. Todos os Estados membros reportaram a disrupção e a preocupante interrupção dos serviços de saúde. A este nível, 68% reportaram a disrupção no tratamento das doenças crónicas, alguns países estão a prever um aumento de 10% na mortalidade de cancro da mama e 15% do cancro colorretal e 28 países reportaram uma diminuição de 50% na notificação de casos de tuberculose.

As vozes da Sociedade Civil, dos Cientistas e dos Profissionais de Saúde devem ser ouvidas pelos decisores políticos de todas as áreas, não só da Saúde como também, por exemplo, da Segurança Social, Economia e Finanças pois só conseguimos ter um país robusto, produtivo e com uma recuperação mais rápida com populações saudáveis e com qualidade de vida. A saúde pública é um motor para o desenvolvimento económico, segurança e paz.

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