Israel impõem severas medidas contra realização de manifestações

30 de Setembro 2020

Israel aprovou de madrugada polémicas medidas sobre a realização de manifestações para travar a propagação da covid-19 e que vão limitar os grandes protestos semanais contra o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Até ao momento não tinham sido aprovadas medidas específicas sobre manifestações, apesar do confinamento, mas as novas restrições indicam que são apenas permitidos protestos de menos de duas mil pessoas divididas em grupos isolados de vinte manifestantes e que não podem concentrar-se a mais de um quilómetro da casa onde residem.

As limitações incluem as cerimónias religiosas, o que atinge sobretudo as comunidades ultraortodoxas que são abertamente contrárias às medidas.

O parlamento aprovou a polémica restrição após várias horas de debate e sob as fortes críticas da oposição contra a iniciativa governamental.

O Likud, partido de Netanyahu, alcançou um pacto com o parceiro de coligação para a adoção da proibição durante uma semana, com a possibilidade de prolongamento.

As restrições já entraram em vigor e têm a duração inicial de uma semana sendo que podem ser ampliadas posteriormente a um máximo de três semanas e apenas durante o período de confinamento contra a propagação da pandemia de SARS CoV-2.

Com estas medidas é previsível que se reduzam consideravelmente os protestos contra Netanyahu.

As manifestações contra o primeiro-ministro têm concentrado entre 10 e a vinte mil pessoas, sobretudo aos sábados, frente à residência oficial do chefe do Executivo.

Durante o debate parlamentar centenas de pessoas manifestaram-se frente ao edifício do Kneset (parlamento) contra a iniciativa que consideram “draconiana”.

O líder da oposição, Yair Lapid, criticou de forma veemente a medida durante as intervenções parlamentares.

“Vim aqui para ver se ainda posso falar perante os deputados, porque esse vai ser o próximo passo. Vão dizer que por causa do coronavírus não me posso levantar e falar em nome da oposição”, ironizou.

O deputado conservador Eli Avidar qualificou a proibição como sendo um “ataque aos cidadãos de Israel” e afirmou que “Israel já não pode ser encarada como a única democracia do Médio Oriente” porque se transformou numa “ditadura”.

Os protestos contra Netanyahu têm-se repetido semanalmente desde o mês de junho e demonstram insatisfação pelos casos de corrupção em que o primeiro-ministro está envolvido assim como criticam a gestão do governo face à pandemia e à crise económica.

NR/HN/LUSA

 

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