Portugal empenhado no reforço da investigação europeia contra o cancro

13 de Outubro 2020

Portugal está empenhado no reforço da investigação europeia para que três em cada quatro doentes com cancro possam ter uma perspetiva de vida longa com qualidade em 2030, disse hoje à agência Lusa o ministro da Ciência.

Manuel Heitor, que está infetado com convid-19, falava à Lusa via telefone, depois de participar numa conferência online destinada a adotar uma declaração neste sentido por parte de Portugal, da Alemanha e da Eslovénia, no âmbito da presidência do Conselho Europeu.

Questionado sobre o seu estado de saúde, o ministro disse apenas: “Estou ótimo, sem sintomas nenhuns”.

O documento, assinado em Lisboa, visa fortalecer a investigação na Europa sobre todas as etapas do cancro, desde a prevenção, ao diagnóstico e tratamento.

Em declarações à Lusa, Manuel Heitor sublinhou que esta é uma das prioridades também da presidência portuguesa da União Europeia, que decorrerá entre janeiro e junho de 2021.

A conferência e a declaração tripartida inserem-se no planeamento em curso sobre o futuro programa quadro europeu de investigação ‘Horizonte Europa, 2021-27’, que incluirá uma “Missão de Investigação e Inovação em Cancro”, para fortalecer a investigação na Europa sobre todas as etapas da doença.

“O que se pretende é que pelo menos três em cada quatro doentes possa ter uma perspetiva de vida longa (10 anos), com alguma qualidade”, explicou Manuel Heitor, frisando que para atingir este objetivo é preciso “mais investigação”.

A declaração é assinada por Manuel Heitor por parte de Portugal, por Anja Karliczek, ministra alemã da Educação e Investigação e por Simona Kustec, ministra da Educação, Ciência e Desporto da Eslovénia.

Na primeira semana de maio, no Porto, realizar-se-á outra conferência para reforçar este compromisso, adiantou o ministro.

“É preciso melhorar a relação entre a comunidade científica e o doente”, defendeu Manuel Heitor, indicando que serão envolvidos no processo de prevenção da doença epidemiologistas, economistas e sociólogos, entre outros especialistas.

Para o ministro, é importante reforçar as declarações europeias e esta é “um apelo” para o envolvimento de todos os profissionais na luta contra o cancro.

“Em termos médicos, o que queremos é que 75% dos doentes possa viver pelo menos mais 10 anos, com uma qualidade de vida aceitável”, frisou.

Na declaração refere-se que o cancro continua a ser um dos maiores desafios para a medicina moderna e as sociedades, em geral.

Em termos médios, metade dos doentes com cancro morre, existindo grandes desigualdade entre os países, em função da qualidade de vida e riqueza de cada Estado.

LUSA/HN

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