Primeiro-ministro admite que consenso para medidas mais duras é cada vez mais difícil

2 de Novembro 2020

O primeiro-ministro admitiu esta segunda-feira que é cada vez mais difícil encontrar-se um consenso político e social para medidas mais duras de combate à pandemia da Covid-19, mas defendeu que o Governo está a atuar de forma "proporcional".

Estas posições foram transmitidas por António Costa no final da audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em que propôs que seja decretado em Portugal novo estado de emergência, desta vez com uma natureza preventiva, com um objeto mais limitado, mas com uma extensão temporal maior.

Confrontado com a oposição já manifestada por vários partidos à vigência de um novo estado de emergência, o líder do executivo reconheceu ser “evidente que, conforme a pandemia vai prosseguindo, o nível de consenso das pessoas vai também diminuindo”.

“Por um lado, há cada vez mais aqueles que entendem que são necessárias medidas ainda mais duras e, pelo contrário, há aqueles que acham que não se justificam medidas duras. Acho que temos de procurar um ponto de equilíbrio entre todos e fazer um esforço de unidade”, respondeu o primeiro-ministro.

Nas audiências que teve com os partidos, ao longo de sexta-feira, segundo António Costa, verificaram-se “divergências em relação ao recolher obrigatório, mas não se registou uma oposição generalizada à existência de um estado de emergência”.

“Acho que a avaliação deve depender do conteúdo em concreto do estado de emergência” insistiu o primeiro-ministro, repetindo uma tese já por si preconizada no sábado, no final da reunião extraordinária do Conselho de Ministros.

Neste contexto, o primeiro-ministro referiu que o Presidente da República procederá agora às audiências com os partidos e ver-se-á então “qual o impacto” das medidas que se encontram em cima da mesa.

“Mas não antecipo que haja uma profunda divergência face ao conjunto de medidas que o Governo pretende adotar. Porém, não se pode esperar hoje o mesmo tipo de consenso que houve com maior naturalidade no final de março e em abril. O tempo decorreu, as pessoas estão saturadas da situação e têm menos paciência para verem as suas liberdades limitadas”, alegou o líder do executivo.

Ainda em relação à questão do consenso político para a vigência de novo estado de emergência, o primeiro-ministro considerou que a proposta do Governo procurou “ter em conta aquilo que é necessário, proporcional e adequado para responder à situação de pandemia”.

“Tendo em conta que há um intervalo de tempo entre o momento em que se adotam as medidas e a sua produção de efeitos, sabe-se que em novembro a pandemia vai continuar a desenvolver-se, com um aumento diário de novos casos. Portanto, estas são as medidas que neste momento nos parecem adequadas, mas terão sempre de ser reavaliadas”, acrescentou.

LUSA/HN

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