Líderes do comércio e distribuição querem autorização para receber mais pessoas nas lojas

4 de Novembro 2020

Líderes de associações representativas de empresas comerciais e de distribuição pediram esta quarta-feira um aumento do número de cinco pessoas permitido nas lojas por cada cem metros quadrados, mas o primeiro-ministro vincou que é essencial evitar ajuntamentos.

Este pedido ao Governo foi feito na sessão de lançamento da iniciativa “Natal 2020, compre cuidando de todos”, que decorreu no Ministério da Economia, em Lisboa, tendo sido formulado pelos presidentes da Associação Portuguesa dos Centros Comerciais, António Sampaio de Mattos, da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, e pelo líder da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes.

Perante o primeiro-ministro, António Sampaio de Mattos invocou um argumento de saúde pública para aumentar o número de pessoas permitido no interior de uma loja, alegando que tal evitará filas no exterior dos estabelecimentos comerciais.

“Se for permitido mais pessoas dentro de uma loja, também se registarão efeitos positivos ao nível do emprego, já que será possível atender mais consumidores em simultâneo”, argumentou a seguir.

O presidente da APED, Gonçalo Lobo Xavier, referiu que o seu setor emprega cerca de 130 mil pessoas e disse contar com o Governo para rever a regra da capacidade máxima por cada cem metros quadrados.

“É a capacidade mais baixa da Europa. Considero que, em defesa da saúde pública, esse limite deveria passar de cinco para oito pessoas”, defendeu Gonçalo Lobo Xavier, antes de o presidente da CCP alertar o António Costa para problemas ao nível do arrendamento de proprietários de estabelecimentos não integrados em centros comerciais “e com porta para a rua”.

“Para a manutenção dos níveis de emprego, o regime de ‘lay-off’ simplificado tem de ser repensado”, afirmou ainda João Vieira Lopes.

Perante estes pedidos para aumentar a lotação permitida por cada cem metros quadrados em estabelecimentos comerciais, o primeiro-ministro admitiu que podem existir “alternativas marginais” às medidas em vigor para o combate a pandemia.

“Podemos dizer que, em vez de cinco pessoas, são seis; podemos depois dizer que, em vez de dez são 11 pessoas. Mas, quanto ao essencial, não há alternativa, porque aquilo que se pode ter por certo e seguro é que uma pessoa não se contagia nem contagia ninguém. E quanto maior for o número de pessoas mais se aumenta o risco de contágio”, contrapôs António Costa.

Para o primeiro-ministro, “a única forma de controlar a pandemia é evitar os ajuntamentos, garantir o afastamento e cumprir as regras de segurança e de proteção individual”.

LUSA/HN

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