Porto quer que seja decretado de Estado de Emergência e recolher obrigatório

4 de Novembro 2020

Os autarcas do distrito do Porto mostraram-se esta terça-feira favoráveis a que seja decretado o estado de Emergência e o recolher obrigatório, tendo decidido que o recurso ao teletrabalho só será utilizado quando estritamente necessário.

“Continuamos a achar todos que tem de ser aplicado o Estado de Emergência”, assinalou o presidente da Proteção Civil Distrital do Porto e autarca de Gondomar, Marco Martins, no final da reunião com os 18 autarcas do distrito do Porto e com a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho e o secretario de Estado da Mobilidade e coordenador Regional Norte da Covid-19, Eduardo Pinheiro.

Marco Martins lembrou que na semana passada já tinha pedido que fosse instituído o recolher obrigatório no distrito e decretado o encerramento da restauração após o jantar.

Apesar das medidas anunciadas pelo Governo seguirem neste sentido, o autarca, considera, contudo, que são necessárias mais medidas a ser definidas mediante a evolução da pandemia na região.

De acordo com o autarca de Gondomar, apesar de na região, os casos positivos de Covid-19 estarem a baixar há cinco dias seguidos, os números no Norte do país “são preocupantes”, onde há, segundo os dados atualizados da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) 1.024 doente com Covid-19 internados, 174 em cuidados intensivos, 110 surtos ativos na comunidade 110 ativos e 44 em lares.

Para os autarcas, a grande preocupação reside atualmente na resposta dos hospitais, cuja capacidade deverá ser reforçada, entre medidas, através da contratação de camas no privado.

“O Hospital Militar do Porto que tinha capacidade para 20 doentes Covid-19 vai passar para 47 e quanto aos privados, a há pelo menos 30 doentes infetados no Hospital Fernando Pessoa, em Gondomar, enviados pela ARS-N que está a diligenciar para contratar mais privados, ou seja, ainda hoje ou amanhã haverá mais privados que vão receber doentes”, revelou.

O autarca referiu também que a estrutura do Seminário do Bom Pastor, em Ermesinde, que vai receber doentes com Covid-19, já está ativa e adiantou que ao contrário do que estava previsto, a estrutura para “negativos”, na Pousada da Juventude, no Porto, está a ser montada devendo ficar operacional durante fim de semana.

Em 27 de outubro, em resposta à Lusa, o gabinete de Eduardo Pinheiro tinha adiantado que a Pousada da Juventude do Porto podia começar, a partir de 01 de novembro, a receber pessoas com teste negativo à Covid-19.

Na reunião de hoje os autarcas do distrito do Porto decidiram ainda que as feiras e mercados vão manter-se abertos, com a exceção de feiras de usados, e que o recurso ao teletrabalho nestes concelhos será apenas utilizado quando estritamente necessário.

“Relativamente aos hipermercados e centros comerciais e aos restaurantes vão poder estar abertos até ao horário máximo – 22:00 e 22:30 para restaurantes. Vão reabrir as feiras todas com a exceção das feiras de segunda mão, feira de trocas e de usados e quanto ao teletrabalho vai ser somente para os casos em que seja necessário”, revelou o presidente da Proteção Civil Distrital do Porto.

No caso do Porto, esclareceu o autarca, a feira do Cerco, não se vai realizar devido, mas devido a obras que decorrem no local.

Em declarações à Lusa, Marco Martins, explicou que no caso do teletrabalho houve uma preocupação “grande” das autarquias em assegurar os serviços à população.

Na reunião foi ainda reportadas ao Governo as dificuldades sentidas pelos cidadãos em vigilância ativa no contacto com as autoridades de saúde que, “por excesso de trabalho demoram imenso tempo a ligar”.

Em Portugal, morreram 2.635 pessoas dos 149.443 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

LUSA/HN

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