Ausência de confinamento total ou recolher obrigatório evitou consequências piores em Moçambique

17 de Novembro 2020

O representante interino da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Moçambique considerou esta terça-feira que o país adotou medidas de forma "equilibrada", comparando com outros Estados, entre a crise sanitária e a económico-social, referiu em entrevista à Lusa.

“O Governo de Moçambique adotou medidas de uma forma equilibrada quando comparamos com o que aconteceu noutros países no mundo fora, tanto ao nível do continente africano, como em países europeus”, referiu Tomás Valdez.

Aquele responsável destacou a ausência de um confinamento total ou recolher obrigatório – o chamado ‘lockdown’, designação em inglês.

“Não se fez aqui um ‘lockdown’ completo. Houve sempre alguma margem para equilíbrio”, referiu.

“Penso que isso teve um efeito positivo em minimizar, em atenuar as consequências desta pandemia” no país, onde, tal como no resto do mundo, a Covid-19 está a ter consequências graves no tecido económico e empresarial.

O Orçamento de Estado retificativo deste ano prevê uma desaceleração da economia de Moçambique, baixando a previsão de crescimento de 2,2% para 0,8% e diversas organizações humanitárias alertam para o aumento da insegurança alimentar – que afeta de forma crónica 7,5 milhões de moçambicanos, segundo o Programa Alimentar Mundial (PAM).

O mundo inteiro espera que, em breve, haja vacinas que acabem com a pandemia e Tomás Valdez refere que Moçambique também as receberá, apesar de estar entre os países com menos recursos para as poder comprar.

O país beneficiará de mecanismos para a “partilha justa e igualitária”.

“Nenhum país estará protegido se outros estiverem fora deste mecanismo”, sublinhou.

Segundo Valdez, “a situação não é grave” em Moçambique e está controlada, olhando à taxa de mortalidade de 0,8%, quando nos países vizinhos varia entre 2% e 4%, mas ainda não é altura para relaxar na prevenção.

“Esta pandemia ainda não está terminada” e além da responsabilidade institucional, “há outras de nível comunitário, do indivíduo e da família”.

Moçambique pediu 700 milhões de dólares (590,5 milhões de euros) aos parceiros no início da pandemia para enfrentar os choques económicos, sanitários e sociais.

Na última semana, o parlamento moçambicano aprovou o Orçamento de Estado retificativo de 2020 por forma a incluir um reforço de apoios no valor de 314 milhões de dólares (265 milhões de euros) de parceiros.

Moçambique tem um total acumulado de 14.514 casos de covid-19, com 86% de recuperados e 116 mortes.

LUSA/HN

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