AstraZeneca prepara ensaio adicional para validar eficácia da vacina

27 de Novembro 2020

A farmacêutica AstraZeneca vai realizar um "estudo adicional" para validar os resultados da eficácia da sua vacina contra o novo coronavírus, depois de ter revelado que houve mudanças imprevistas na dosagem no primeiro ensaio.

Porém, segundo o presidente da empresa, Pascal Soriot, em entrevista à Bloomberg, disse não ser de esperar que estes novos testes atrasem a aprovação da vacina por parte das entidades reguladoras da saúde do Reino Unido e da União Europeia.

A AstraZeneca e a Universidade de Oxford publicaram os resultados preliminares da fase três do seu estudo clínico esta semana.

Um grupo de voluntários recebeu a dose completa da vacina, com um resultado de 62% de eficácia, enquanto outro tomou meia dose, seguida de uma completa um mês depois, um método que demonstrou ter 90% de eficácia.

Oxford admitiu hoje que não estava inicialmente previsto inocular meia dosagem da vacina a qualquer voluntário, mas que isso foi fruto de um erro no processo de fabricação do produto.

Assim que foi detetada que a primeira vacina tinha começado a ser inoculada com uma concentração abaixo da planeada foi decidido alterar o protocolo do estudo, de acordo com o “órgão regulador” de saúde, informou a universidade numa nota.

“Agora que descobrimos o que parece ser a fórmula mais eficaz, precisamos de a validar através de um estudo adicional”, afirmou Soriot.

O responsável da AstraZeneca explicou também que, provavelmente, será feito um novo “estudo internacional”, embora tenha garantido que “pode ser mais rápido” que os anteriores, dado que os investigadores já sabem que a eficácia da vacina é “elevada” e precisam de “um número reduzido de pacientes”.

Soriot ressalvou que a autorização para iniciar a vacinação em alguns países continua prevista para antes do final do ano, embora nos Estados Unidos o processo seja mais demorado, já que os testes foram realizados fora daquele país.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.422.951 mortos resultantes de mais de 60,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Casos de tuberculose multirresistente duplicaram em 2023

Portugal registou, em 2023, 22 casos de tuberculose multirresistente, o dobro face ano anterior, a maioria em Lisboa e Vale do Tejo, embora a proporção nesta região tenha diminuído em relação a 2022, revela um relatório da DGS.

Portugal com 1.584 casos de tuberculose em 2023

Portugal registou 1.584 casos de tuberculose em 2023, mantendo a taxa de notificação nos 14,9 casos por 100 mil habitantes, com as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte a apresentarem as maiores incidências.

Risco genético da esquizofrenia pode ter origem na placenta, revela estudo

Um estudo internacional liderado pela UPV/EHU e Biobizkaia descobriu que parte do risco genético para esquizofrenia, transtorno bipolar e depressão major está ligado a modificações epigenéticas na placenta. Publicado na Nature Communications, o trabalho abre caminho para estratégias preventivas pré-natais.

Dançar alivia o stress e reforça saúde mental, revela estudo internacional

Um estudo internacional liderado pelas universidades de Surrey, Radboud, Roehampton e do Sul da Dinamarca, publicado na Psychology of Sport & Exercise, revela que a dança é uma ferramenta eficaz no combate ao stress, promovendo resiliência e bem-estar através da expressão emocional, ligação social e libertação de hormonas como oxitocina e endorfinas.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights