SPT quer transplantação no topo das prioridades da presidência portuguesa do Conselho da UE

5 de Janeiro 2021

A Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) vê a presidência portuguesa do Conselho da UE como uma janela de oportunidade para colocar esta área no topo das prioridades da Comissão Europeia, ideia debatida recentemente numa mesa redonda virtual promovida pela SPT

A discussão teve como objetivo alertar a tutela para dar primazia à Doação e Transplantação de Órgãos no plano de ação na área da Saúde da Presidência do Conselho da UE durante o primeiro semestre de 2021.

“A SPT, em conjunto com as outras entidades que participaram nesta mesa redonda, como o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), a Ordem dos Médicos e as Associações de Doentes, pretende fazer todos os esforços necessários para que a área de transplantação seja cada vez mais vista como uma prioridade nos sistemas de saúde e que a doação e recolha de órgãos inverta o decréscimo acentuado que tem vindo a registar ao longo dos últimos meses”, afirma Susana Sampaio, Presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação.

As principais medidas identificadas para a área da transplantação, para o próximo ano, assentam em três eixos: melhorar a formação e coordenação das equipas no terreno, elaborar um plano de comunicação eficaz para obter mais dadores vivos e apostar na valorização dos profissionais de saúde ligados à área do transplante. Acresce ainda a importância do envolvimento político de todos os governantes, para conseguirmos aplicar estas medidas em Portugal e estendê-las a outros países europeus.

De acordo com dados apresentados pelo IPST, Portugal tem sido um dos três países europeus com a taxa mais elevada de colheita de órgãos, por cada cem mil habitantes. No entanto, a pandemia da Covid-19 já refletiu um decréscimo do número de transplantes realizados ao longo deste ano, com uma queda de 52% do total de transplantes realizados entre janeiro e junho, acrescidos também de uma redução do número de dadores.

O medo que os dadores sentem de se dirigirem aos hospitais, durante a pandemia, para doarem órgãos para transplantes foi um dos desafios identificados pelo Bastonário da Ordem dos Médicos e pelo Presidente da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Diálise e Transplantação.

PR/João Marques

 

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