Embaixada alemã confirma diálogo entre Lisboa e Berlim sobre possível apoio

27 de Janeiro 2021

A Embaixada da Alemanha em Lisboa confirmou hoje à Lusa que está em curso “um diálogo” entre os Governos alemão e português sobre “um possível apoio alemão” aos esforços de Portugal para ultrapassar a atual crise sanitária da covid-19.

“A Embaixada da Alemanha em Lisboa confirma que existe um diálogo em curso entre os Governos alemão e português no que diz respeito a um possível apoio alemão aos esforços portugueses para ultrapassar a atual crise sanitária”, indicou fonte oficial da representação diplomática alemã na capital portuguesa numa breve declaração por escrito, após ter sido questionada pela Lusa sobre uma eventual ajuda por parte da Alemanha a Portugal no atual contexto da crise pandémica.

A mesma nota acrescentou que “a decisão sobre as áreas concretas de cooperação será tomada em estreita coordenação entre os dois Governos”.

A informação sobre uma possível ajuda germânica a Portugal foi hoje avançada pela SIC, que também noticiou que um grupo de médicos militares alemães estaria em missão de observação no território português para avaliarem a falta de recursos humanos e de materiais.

Segundo fonte oficial do Hospital Amadora-Sintra, citada pela Lusa, um pequeno grupo de médicos militares alemães esteve hoje naquela unidade hospitalar para avaliar o possível auxílio às unidades hospitalares da área metropolitana de Lisboa em termos logísticos e de equipamento no combate à pandemia.

A visita teve contornos de “missão diplomática”, consistindo numa reunião de pelo menos dois médicos militares alemães – que “vieram como representantes institucionais do Governo e não na qualidade de médicos” – com um médico daquela unidade (Hospital Amadora-Sintra) e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), de acordo com a mesma fonte.

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 11.305 mortes associadas à doença covid-19 e 668.951 casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, estando hoje ativos 172.893 casos, mais 5.512 do que na terça-feira, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Portugal registou hoje 293 mortos relacionados com a covid-19, um novo máximo diário desde o início da pandemia.

O último boletim epidemiológico revela também que estão internadas 6.603 pessoas, mais 131 em relação a terça-feira, o que representa um máximo diário de internamentos, das quais 783 em unidades de cuidados intensivos (mais 18 nas últimas 24 horas).

Numa entrevista dada na segunda-feira à RTP, a ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que o Governo estava a “acionar todos os mecanismos” à sua disposição a nível internacional, face à situação da pandemia, com o objetivo de garantir a melhor assistência aos doentes de covid-19.

Foi conhecido no dia seguinte que a Câmara de Torres Vedras tinha solicitado ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, a ativação de ajuda internacional para reforçar o hospital local com cinco médicos e 10 enfermeiros face à evolução da pandemia da doença covid-19 naquele concelho.

Esta quarta-feira de manhã, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, admitiu a necessidade de gente e de material, indicando que o recurso ao mecanismo de cooperação europeu para apoiar no combate à pandemia estava a ser equacionado pelo Governo português, mas que ainda não tinha sido “formalizado completamente”.

“Esse mecanismo ainda não foi formalizado completamente, mas está a ser equacionado, no sistema de cooperação europeu”, disse António Lacerda Sales, quando questionado pela Lusa se Portugal já recorreu a ajuda europeia para fazer face à pandemia de covid-19.

O membro do Governo reconheceu que a área dos recursos humanos na saúde “é sempre uma área difícil” para Portugal, admitindo que possa haver recurso à cooperação internacional.

A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 2.159.155 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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