Cuidadores informais querem ser prioritários na vacinação contra a Covid-19

11 de Fevereiro 2021

Os cuidadores informais querem ser grupo prioritário na vacinação contra a Covid-19, alertando que um cuidador doente é uma dupla sobrecarga para o Serviço Nacional de Saúde, por estar infetado e por não poder continuar a prestar cuidados.

Em comunicado hoje divulgado, o Movimento Cuidar dos Cuidadores Informais refere que estas pessoas são “invisíveis no momento da seleção dos grupos prioritários para a vacinação”, tal como o são na tarefa de cuidadores, e pedem “que não sejam esquecidos” os cuidadores.

Alertam ainda para o perigo de serem a fonte de infeção das pessoas cuidadas para sublinhar a importância de serem incluídos nas prioridades da vacinação.

“A questão foi colocada, em julho de 2020, ao Ministério da Saúde, a quem se apelou para incluir os cuidadores informais no grupo prioritário de vacinação. A resposta chegou em janeiro passado, quando o então coordenador da ‘task force’ do Plano de Vacinação contra a Covid-19, Francisco Ramos, informava que estes cuidadores não foram incluídos na primeira fase”, refere o movimento no comunicado no qual pedem “que se reavalie esta decisão”.

Bruno Alves, Sílvia Artilheiro Alves e Nélida Aguiar, representantes do movimento, “admitem a dificuldade de vacinar todos os cuidadores informais, tendo em conta os problemas na identificação e reconhecimento dos cuidadores a nível nacional”, mas apontam como solução parcial a vacinação de cuidadores que recebem o complemento por dependência e subsídio de 1.º e 2.º grau e dos cuidadores identificados pelas equipas de saúde nos domicílios.

Essa vacinação, concluem, devia abranger não apenas o cuidador, mas também a pessoa cuidada, o que se traduziria “em ganhos para todos”.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.355.410 mortos no mundo, resultantes de mais de 107,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Lusa/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Um terço dos portugueses desconhece direito a segunda opinião médica

Trinta por cento dos cidadãos inquiridos num estudo pioneiro não sabem que podem solicitar uma segunda opinião médica. O desconhecimento dos direitos na saúde é particularmente preocupante entre doentes crónicos, que são quem mais necessita de navegar no sistema

Internamentos sociais disparam 83% em dois anos e custam 95 milhões ao SNS

A taxa de internamentos considerados inapropriados – situações que poderiam ser tratadas em ambiente não hospitalar – cresceu quase 20% nos últimos dois anos. Os custos associados a estas permanências dispararam 83%, pressionando a sustentabilidade financeira do sistema de saúde e revelando falhas na articulação com a rede social

Quase 15% dos utentes continuam sem médico de família atribuído no SNS

Apesar de uma ligeira melhoria em 2024, 14,5% dos utentes inscritos nos cuidados de saúde primários continuam sem médico de família atribuído. As assimetrias regionais são gritantes, com Lisboa e Vale do Tejo a concentrar a maior fatia desta carência, levantando sérias questões sobre a equidade no acesso à saúde

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights