Presidente da Comissão Europeia admite “semanas difíceis” em Portugal devido à pandemia

22 de Fevereiro 2021

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou esta segunda-feira as “semanas difíceis” que Portugal tem tido devido à Covid-19, tal como outros países, notando que a União Europeia (UE) ainda não está “onde gostaria de estar”.

“Sei que pode parecer estranho falar de recuperação, uma vez que a pandemia continua a grassar. Estas são semanas difíceis em Portugal e noutros lugares do nosso continente e hoje ainda não estamos onde gostaríamos de estar no combate ao vírus”, apontou a líder do executivo comunitário.

Intervindo por videoconferência na Semana Parlamentar Europeia – iniciativa coorganizada pelo Parlamento Europeu e pela Assembleia da República, no quadro da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) -, Ursula von der Leyen vincou a necessidade de “encontrar respostas rápidas, por exemplo, para a crescente ameaça de variantes”.

“Esta é a razão pela qual a Comissão lançou a Incubadora HERA [sigla da futura Autoridade Europeia de Preparação e Resposta a Emergências de Saúde] na semana passada”, assinalou, especificando que se trata de “ uma cooperação público-privada entre a ciência, o setor da saúde, autoridades como a Agência Europeia de Medicamentos e a indústria”.

A incubadora HERA servirá, assim, para “rastrear variantes, se necessário para adaptar as vacinas, depois para orientar ensaios clínicos na Europa e o mais importante para fabricar vacinas existentes e novas a uma grande escala”, acrescentou Ursula von der Leyen.

Mas, nesta intervenção, a líder do executivo comunitário preferiu focar-se na retoma económica pós-crise da Covid-19, salientando que “agora cabe a cada país da nossa União fazer bom uso desta oportunidade feita na Europa”.

“Sete países europeus, incluindo Portugal, já ratificaram a decisão dos recursos próprios […] e encorajo todos a fazer o mesmo, com caráter de urgência, já que só com uma decisão dos recursos próprios ratificada é que poderemos colocar combustível na recuperação”, referiu Ursula von der Leyen, numa alusão ao necessário aval dos países para Bruxelas ir aos mercados emitir dívida comum em nome da UE.

E apelou: “Os povos da Europa não podem esperar. O nosso futuro coletivo está agora inteiramente nas vossas mãos, as mãos dos parlamentos da Europa”.

Para a responsável, “todos os países europeus deveriam ter os recursos para tirar as suas populações desta crise e, particularmente, os países que foram mais duramente atingidos”.

“Não tenho dúvidas de que a Europa irá recuperar: todos os países, grandes e pequenos, nos quatro cantos do nosso continente, recuperarão juntos desta crise sanitária. E quando todos os 27 tiverem ratificado a decisão dos recursos próprios, uma espécie de novo oxigénio fluirá para a nossa economia”, concluiu Ursula von der Leyen.

No final da semana passada, entrou em vigor o regulamento que cria o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, após ter sido aprovado pelo Parlamento Europeu.

Os Estados-membros poderão então começar a submeter oficialmente os seus planos nacionais de recuperação e resiliência para aceder aos fundos, depois de avaliados pela Comissão Europeia e adotados pelo Conselho, atualmente sob presidência portuguesa.

Dotado com 672,5 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos, o Mecanismo de Recuperação e Resiliência é o principal elemento do pacote de recuperação acordado em 2020 pela UE para fazer face à crise social e económica provocada pela pandemia de covid-19, o ‘NextGenerationEU’ (orçado em 750 mil milhões de euros).

LUSA/HN

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