China passa a dispor de quatro vacinas com aprovação de mais duas

26 de Fevereiro 2021

O regulador farmacêutico chinês anunciou esta quinta-feira a aprovação de duas novas vacinas contra a Covid-19, das farmacêuticas chinesas Sinopharm e CanSino, passando a estar agora quatro autorizadas no país.

A Administração Nacional de Produtos Médicos chinesa concedeu à Sinopharm autorização para administração à população em geral de uma nova vacina desenvolvida pelo seu instituto da farmacêutica em Wuhan, enquanto a a vacina CanSino foi autorizada para pessoal militar.

O Instituto de Wuhan de Produtos Biológicos, subsidiária da Sinopharm, anunciou quarta-feira ter submetido ao regulador o pedido de aprovação da sua nova vacina contra a Covid-19, com uma eficácia de 72.51% contra o novo coronavírus.

A China desenvolveu e está a usar na sua campanha de vacinação interna duas vacinas contra a Covid-19, através da Sinopharm em Pequim e da Sinovac, cuja vacina CoronaVac está a ser utilizada internamente e em países como o Brasil.

Os resultados da CoronaVac em ensaios clínicos no estrangeiro foram díspares, atingindo os 91% de eficácia na Turquia, mas apenas 50,6% num estudo de maiores dimensões no Brasil.

Ambas as vacinas Sinopharm foram elaboradas com o método tradicional de vírus desativados, e não com a nova biotecnologia utilizada por empresas como a Pfizer e Moderna, que alcançaram eficácia superior a 90%.

A CanSino também já havia anunciado que as autoridades chinesas já estão a avaliar a sua vacina, que em ensaios clínicos demonstrou uma eficácia de 65.28%, com uma só dose, uma tecnologia semelhante às da Astrazeneca e Johnson & Johnson.

Desenvolvida em colaboração com a Academia de Ciências Médicas Militares, instituto dirigido pelo Exército de Libertação do Povo chinês, a vacina da CanSino já foi aprovada para uso de emergência no estrangeiro, nomeadamente no México e Paquistão.

A transparência do desenvolvimento de vacinas pela China tem sido questionado noutros países, nomeadamente na França, onde o presidente Emmanuel Macron disse este mês não haver “absolutamente nenhuma informação” sobre os imunizantes, e que estes não são tão fiáveis como os ocidentais.

Não obstante, alguns países da União Europeia têm considerado comprar vacinas chinesas, dada a incapacidade de fabricantes europeus ou norte-americanos suprirem as necessidades, e a Hungria tornou-se hoje no primeiro Estado-membro a imunizar os seus cidadãos com a vacina do laboratório Sinopharm.

A China espera aumentar a produção das suas vacinas para 2.000 milhões de doses este ano e 4.000 milhões até 2022 um plano ambicioso que visa converter o país no maior fornecedor das nações em desenvolvimento.

Até agora, a China não aprovou vacinas desenvolvidas por farmacêuticas ocidentais.

As quatro vacinas aprovadas podem ser conservadas em temperaturas frigoríficas normais, tornando-as apropriadas a países com menos recursos, para os quais é difícil assegurar o armazenamento em temperaturas tão baixas quanto as necessárias à conservação das vacinas Pfizer e Moderna.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Ispa promove estudo sobre incontinência urinária na mulher

O William James Center for Research do Ispa – Instituto Universitário apresenta um estudo com o tema “Crenças e estratégias sobre a incontinência urinária (IU): um possível papel moderador entre sintomas e função sexual e qualidade de vida”, que permitiu identificar benefícios se o tratamento tiver abordagem multidisciplinar entre médicos da especialidade e psicólogos.

Federação da paralisia cerebral sensibiliza novo PM para apoios

A Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral (FAPPC) pediu a intervenção do novo primeiro-ministro para um conjunto de reclamações que, em alguns casos, estão inalteradas há uma década, queixando-se da falta de respostas do anterior executivo.

Investigadores reúnem-se em Lisboa para analisar ‘long-covid’

Investigadores nacionais e estrangeiros reúnem-se na próxima semana em Lisboa, numa conferência internacional inédita que pretende alertar para a relação da ‘long covid’ com doenças, como a fadiga crónica, e a necessidade de encontrar resposta para estes doentes.

OMS lança nova rede de laboratórios para os coronavírus

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma nova rede de laboratórios para coordenar as capacidades à escala global de deteção, monitorização e avaliação de coronavírus potencialmente novos ou em circulação com impacto na saúde pública.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights