Equipa de investigadores desenvolve moléculas para tratar vários tipos de cancro

17 de Março 2021

 Uma equipa de investigação liderada por Anthony Burke, da Universidade de Évora, desenvolveu uma série de pequenas novas moléculas com potencial para tratar vários tipos de cancro, incluindo o linfoma, revelou esta quarta-feira a academia alentejana.

Segundo a Universidade de Évora (UÉ), em comunicado enviado hoje à agência Lusa, os investigadores desenvolveram “uma série de pequenas novas moléculas que mostram potencial para o tratamento de vários tipos de cancro, incluindo o linfoma difuso de grandes células B (DLBCLs)”.

“O desenvolvimento destas moléculas com potencial para o tratamento de cancro e alguns linfomas foi patenteado a nível europeu”, indicou a universidade.

Citado pela academia alentejana onde leciona, Anthony Burke, professor do Departamento de Química, realçou que “um tratamento para o linfoma difuso de grandes células B (DLBCL)”, que é “o tipo mais comum de linfoma”, é “um objetivo muito importante, pois, afeta muitas pessoas”.

As moléculas desenvolvidas “mostram potencial também para o tratamento deste tipo de linfoma, o DLBCL”, um tumor maligno do sistema linfático em que as células tumorais são os linfócitos B, de tamanho grande, que proliferam e infiltram o gânglio de forma difusa, precisou a UÉ.

Os resultados foram obtidos por Anthony Burke e Carolina Marques, investigadores do grupo de Síntese Molecular da UÉ, um dos 11 grupos que integram o Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV-REQUIMTE), em colaboração com investigadores internacionais de Centros de Investigação e Desenvolvimento (I&D) da Suíça e de Espanha, disse a universidade alentejana.

Anthony Burke revelou que as novas moléculas “foram sintetizadas usando métodos químicos sustentáveis com catalisadores metálicos”.

A investigação na área da Química é “absolutamente fundamental” na deteção e tratamento do cancro, doença que é a segunda causa de morte a nível mundial e que apresenta ainda altas taxas de morbilidade, considerou o investigador, destacando que “os três tipos de cancro mais difíceis de tratar” são “o do pulmão, o colorretal e linfomas”.

Além disso, “estas moléculas também mostram atividade na área de doença de Alzheimer, principalmente na inibição de uma enzima importante para a progressão da doença chamada butirilcolinesterase” destacou, referindo que o grupo publicou este estudo no ano passado, na revista Bioorganic Chemistry, também em colaboração com grupos de Espanha, Itália e da Alemanha.

Os investigadores da Universidade de Évora estão agora “a identificar os alvos moleculares destas moléculas, para permitir melhorar as suas características estruturais e, assim, aumentar a sua potência farmacológica”, para que, proximamente, se possa “avançar com estudos pré-clínicos e conseguir determinar a sua potência ‘in vivo’ e o seu comportamento geral no organismo do animal”, adiantou Burke.

A UÉ lembrou que a equipa de investigadores liderada por Anthony Burke, entre outros avanços científicos, já produziu com sucesso um novo inibidor da enzima Colinesterase, fundamental para assegurar a comunicação entre neurónios em doentes com a doença de Alzheimer.

LUSA/HN

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