“Hoje às 11:00, horário local (10:00 em Lisboa), acontecerá uma videoconferência da chanceler [Angela Merkel] com os chefes de Governo que segue as conversações de segunda-feira”, indicou um porta-voz do Executivo num breve comunicado.

“Penso que vamos falar de maneira crítica sobre o que aconteceu há dois dias”, disse o presidente do partido conservador CDU [o partido de Angela Merkel], Armin Laschet, num discurso, referindo-se à cimeira de segunda-feira.

As medidas acordadas na segunda-feira representam um retrocesso na reabertura escalonada da vida pública face ao avanço da terceira vaga da pandemia e têm sido recebidas com muitas críticas devido às dúvidas sobre a sua implementação.

Os críticos vêm de dentro das fileiras do Governo. O Ministro do Interior, o conservador bávaro Horst Seehofer, disse estar “surpreso que, de todos os partidos, aqueles cujos nomes incluem um C (de cristão) sugiram que as igrejas se abstenham de celebrar os serviços, especialmente na Páscoa”.

Organizações profissionais criticam os novos encerramentos de lojas, num contexto económico já bastante degradado, a ponto de 120 mil lojas estarem ameaçadas de fecho definitivo na Alemanha.

Merkel e os estados federados concordaram em endurecer as restrições e a atividade económica entre 01 e 05 de abril, estendendo os feriados da Semana Santa.

No encontro, também ficou acertado estender todas as medidas contra a pandemia até ao dia 18 de abril e restringir os contactos de pessoas externas a uma habitação, medida que será flexibilizada durante os feriados, em que serão permitidos encontros entre cinco pessoas de duas residências diferentes, sem contar os menores de 14 anos.

Da mesma forma, foi acordado que o teste é obrigatório para as pessoas que ingressam no país, independentemente de serem provenientes de uma área considerada de risco ou não.

A chanceler deve comparecer hoje às 13:05 (12:05) na sessão de perguntas do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento.

A situação da saúde continua preocupante, com uma taxa de incidência no país subindo hoje para 108,1, enquanto as 75 mil mortes foram ultrapassadas.

LUSA/HN