Número de casos ativos em Timor-Leste cai pela primeira vez em várias semanas

28 de Março 2021

Timor-Leste registou nas últimas horas um total de 11 casos de infeção com o novo coronavírus, todos em Díli, com 13 recuperados, segundo dados atualizados divulgados hoje pelas autoridades.

Os dados de hoje, divulgados em conferência de imprensa online por Rui Araújo, coordenador da ‘task-force’ para a Prevenção e Mitigação da Covid-19 da Sala de Situação do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), mostram que o número de casos ativos caiu pela primeira vez em várias semanas, para 322 casos ativos, com 497 testes analisados desde sábado pelo Laboratório Nacional.

“Hoje completa-se a terceira semana desde que detetamos o primeiro caso positivo na aldeia BTN 2 e 20 de Setembro em Bebonuk”, referiu.

“Até hoje temos 54 ‘clusters’ [focos] no município de Díli, mas com base na evolução de propagação do vírus durante as últimas duas semanas, a equipa conjunta considera que 20% dos focos, um total de onze, já não estão ativos como focos de transmissão”, referiu.

Rui Araújo confirmou à Lusa que entre os locais testados hoje esteve parte do pessoal do Ministério da Solidariedade Social e Inclusão (MSSI), depois da deteção de pelo menos um caso de uma pessoa infetada com o novo coronavírus, funcionário da instituição.

“Confirma-se que há atividades de rastreio de contactos em instituições do Estado, incluindo no MSSI”, afirmou Rui Araújo.

Questionado sobre o que ocorre se dirigentes políticos ou outros testarem positivo, Rui Araújo disse que todos têm que respeitar a lei e os procedimentos em vigor, que implicam ir para isolamento.

“Ninguém está acima da lei e o decreto do Presidente aprovado impõe regras que são aplicáveis. A doença não escolhe pessoas por serem dirigentes ou não. Pode tocar a todos”, afirmou.

O porta-voz do CIGC reiterou apelos ao público para que colabore com as autoridades, cumprindo as obrigações de isolamento como determinadas pelo Estado.

“Respeitamos o direito das pessoas de reconhecer que não têm problema. Mas deve-se proteger a saúde e há a obrigação de colaborar com o Estado, devido à situação de risco para a saúde pública e obrigação de respeitar o sacrifício de todos para combater e prevenir o surto da Covid-19, que pode afetar muita gente”, afirmou.

Timor-Leste tem atualmente três cercas sanitárias com confinamento obrigatório nos municípios de Díli (até 02 de abril), Baucau e Viqueque (até 29 de março), tendo o Governo pedido ao Presidente da República para renovar durante mais 30 dias o estado de emergência, a partir de 02 de abril.

Questionado hoje sobre qual a recomendação provável do CIGC no que toca à renovação das medidas em vigor, Rui Araújo disse que em termos de saúde pública as medidas devem continuar.

“Do ponto de vista de saúde pública não há outro remédio senão manter cercas para poder conter a propagação, quer dentro das cercas, quer para não expandir para os outros municípios”, considerou.

A grande maioria dos casos detetados até ao momento têm sido assintomáticos, com uma reduzida percentagem de casos ligeiros e apenas três a serem considerados moderados, ou seja, a necessitarem intermitentemente de oxigénio.

No caso de Díli, doentes assintomáticos e com sintomas ligeiros estão isolados em dois centros, um em Tasi Tolu, na saída ocidental de Díli, e em Tibar, a oeste da capital, no município de Liquiçá.

No Centro de Isolamento de Vera Cruz, perto do Ministério da Saúde, estão para já apenas três pacientes infetados cujo estado é considerado “moderado”.

Desde o início da pandemia as autoridades timorenses realizaram já quase 40.000 testes sendo que 22.700 desde o início do ano e cerca de 14.700 só desde março, com o Laboratório Nacional com capacidade para processar uma média de mil testes por dia.

O total de casos acumulados, a grande maioria assintomáticos, é de 496.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.768.431 mortos no mundo, resultantes de mais de 126 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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