Ilha cabo-verdiana da Boa Vista suspende atividades desportivas, culturais e lazer

3 de Abril 2021

As autoridades da ilha cabo-verdiana da Boa Vista suspenderam temporariamente, a partir de hoje, todas as atividades desportivas, culturais e de lazer que promovam aglomerações face ao aumento de casos de covid-19.

Em comunicado divulgado pela Câmara Municipal da Boa Vista é explicado que a decisão foi tomada em conjunto com a delegacia de saúde da ilha, justificando que a situação epidemiológica atual “requer o reforço das medidas de prevenção e o cumprimento rigoroso de todas as recomendações sanitárias”.

“As autoridades apelam à compreensão dos atletas, clubes, associações, agentes desportivos, músicos, artistas interpretes, promotores e agentes culturais e de toda a população”, lê-se no comunicado da autarquia da Boa Vista, onde em 19 de março de 2020 foi registado o primeiro caso confirmado de covid-19 no arquipélago.

Após vários meses praticamente sem casos de doença diagnosticados, a situação na Boa Vista, à semelhança do restante arquipélago, alterou-se rapidamente durante o mês de março, registando na sexta-feira um total de 88 casos ativos, no mesmo dia em que confirmou uma morte por complicações associadas à covid-19.

As autoridades cabo-verdianas começaram na sexta-feira a reforçar a fiscalização do cumprimento das medidas de prevenção à covid-19, como aglomerações nas praias ou festas privadas, decisão do Governo face ao aumento de casos nas últimas semanas.

A decisão, tomada após reunião, na quinta-feira, do gabinete de crise criado há mais de um ano pelo Governo para lidar com a pandemia, vai no sentido do apelo do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, de reforçar a fiscalização das medidas, numa altura em que já decorre a campanha eleitoral para as eleições legislativas de 18 de abril, sendo visível um afrouxamento no cumprimento do distanciamento social ou do uso de máscara na via pública, obrigatório por lei.

De acordo com o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, o Governo decidiu “reforçar”, através das forças da Polícia Nacional e da Inspeção-Geral das Atividades Económicas (IGAE), a “fiscalização do cumprimento daquilo que está previsto” na atual situação de contingência – o segundo de três níveis previstos na lei que estabelece as bases da Proteção Civil em Cabo Verde -, e que para já não será alterada.

“Falo concretamente para evitarmos as aglomerações a nível das praias balneares e também em relação às campanhas eleitorais”, disse Arlindo do Rosário, considerando que é possível, “cumprindo aquilo que está na Constituição, fazer […] campanha eleitoral sem comprometer ou agravar a situação sanitária”.

O Presidente da República de Cabo Verde pediu na quinta-feira mais fiscalização às medidas de proteção à covid-19 no arquipélago, face ao crescente aumento de casos, sobretudo na Praia, admitindo a possibilidade de subida no nível de alerta.

“Creio que se justifica aumentar a fiscalização. As medidas tomam-se para ver se são cumpridas ou não pelas pessoas”, afirmou Jorge Carlos Fonseca, após reunir-se durante uma hora com o ministro da Saúde, no palácio presidencial, na Praia.

O chefe de Estado sublinhou que “é um facto que o número de casos tem aumentado, particularmente na Praia”, mas também nas ilhas do Sal e da Boa Vista.

O país registou na quarta-feira o recorde (desde o início da pandemia) de 191 novos casos de covid-19 num dia, ultrapassando os mil casos ativos (mais do dobro no espaço de um mês), o que coincide com um período de visível relaxamento de medidas de contenção da doença, nomeadamente, disse o chefe de Estado, aglomerações nas praias.

“Tem de haver algum tipo de medidas de fiscalização e de controlo”, afirmou.

“Parece-me que não basta nós termos as medidas, ou anunciá-las, é preciso é que elas sejam cumpridas”, enfatizou.

Para Jorge Carlos Fonseca, se com um aumento da fiscalização “continuar a haver incumprimento ou aumento de casos”, então “deve-se ponderar a adoção de medidas mais fortes”, dentro de cada nível de alerta.

O arquipélago registava na sexta-feira 1.135 casos ativos de infeção – contra 397 em 01 de março – e somava 171 mortos por complicações associadas à doença, num total de 17.717 casos confirmados desde 19 de março de 2020, dos quais 16.3980 já foram considerados recuperados.

LUSA/HN

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