São Tomé e Príncipe regista 35 mortes um ano depois do primeiro caso de Covid-19

6 de Abril 2021

São Tomé e Príncipe completa esta terça-feira um ano desde o aparecimento do primeiro caso de Covid-19 no arquipélago, com 35 óbitos e 2.244 cidadãos infetados por uma doença que mudou a forma de vida dos são-tomenses.

A 06 de abril de 2020, o país foi o último lusófono a registar a primeira infeção pelo novo coronavírus, que fora detetado mais de quatro meses antes na China. São Tomé e Príncipe continua a ser, entre os países de língua portuguesa, o que regista menos casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2 e de mortes associadas à Covid-19.

As autoridades sanitárias são-tomenses disseram, na altura, que as infeções entraram no país através do espaço aéreo, particularmente da Europa, com a qual o arquipélago tinha quatro ligações semanais.

O Governo, liderado por Jorge Bom Jesus, fechou as fronteiras aéreas e marítimas, decretou estados de emergência e de calamidade, cercas sanitárias e várias medidas de restrição, como o fecho de escolas, que não impediram contudo o vírus de se alastrar um pouco por todo o país.

O turismo foi um dos setores mais atingidos, com a suspensão de voos e vários hotéis fechados, perante a falta de visitantes.

As ajudas vieram de vários quadrantes, principalmente dos parceiros de cooperação como a Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização das Nações Unidas (ONU) através do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) e do multimilionário chinês Jack Ma.

O endurecimento das medidas sanitárias adotadas pelo Governo com o envolvimento de forças policiais foram diminuindo os contágios, ao mesmo tempo que alguns doentes iam recuperando.

Todos os discursos eram no sentido de que tudo devia ser feito para travar o alastramento da pandemia.

O Presidente da República chegou a acusar os cidadãos de “descrença e falta de colaboração” e, numa das reuniões de alto nível de seguimento da resposta à pandemia de Covid-19, acusou o executivo de “aparente comodismo e deixar andar”.

Evaristo Carvalho considerou que o número de testes realizados diariamente era “insignificante” e defendeu a necessidade de rastreio nas comunidades.

Até meados de março, o panorama não só não melhorou, como tendia a piorar a cada dia. As autoridades endureceram as medidas e surgiram entretanto as vacinas contra a Covid-19, através da plataforma Covax, uma iniciativa da OMS para garantir o acesso equitativo às vacinas.

São 24 mil doses da vacina da AstraZeneca que chegaram ao país e o plano de vacinação arrancou a 15 de março, tendo a primeira fase ficado concluída no início deste mês, com mais de 12 mil cidadãos dos grupos prioritários já vacinados.

As autoridades sanitárias estabeleceram um intervalo de oito a 12 semanas entre a primeira e segunda dose, para garantir que não haverá interrupções na campanha de vacinação, mediante a chegada de novas doses.

O principal partido da oposição, Ação Democrática Independente (ADI), pediu ao Governo a suspensão do uso da vacina da AstraZeneca, face a efeitos colaterais registados em alguns países, mas o executivo garantiu que a vacina “é segura e eficaz”, afirmando basear-se nas garantidas dadas pela OMS e Unicef.

Um ano depois da pandemia, o país tem um registo total de 2.140 doentes recuperados, 69 estão sob vigilância em isolamento domiciliar e três pessoas internadas no hospital de campanha.

LUSA/HN

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