Regulador britânico sugere alternativa à AstraZeneca para menores de 30 anos

7 de Abril 2021

As autoridades britânicas devem oferecer uma vacina alternativa à AstraZeneca contra a Covid-19 às pessoas com menos de 30 anos devido aos sinais crescentes de que pode provocar tromboembolismos, anunciou o regulador Agência de Medicamentos britânica (MHRA). 

O regulador atualizou para 19 mortes entre 79 casos de pessoas que desenvolveram este problema – dos quais 51 mulheres e 21 homens – com idades entre 18 e 79 anos, contra sete mortes entre 30 casos identificados há quatro dias.

“Enquanto os testes clínicos permitem avaliar efeitos normais, efeitos mais raros só são detetados quando vacina é usada em grande escala”, disse a diretora da MHRA, June Raine, numa conferência de imprensa.

No total, mais de 21 milhões de doses da vacina AstraZeneca foram administradas no país.

 A responsável disse que os “sistemas de monitorização detetaram agora um potencial efeito secundário da vacina Covid-19 da AstraZeneca num número extremamente mais baixo” de “casos muito raros e específicos de coágulos de sangue com número de plaquetas [sanguíneas] baixas”.

Porém, considerou que é necessário mais trabalho para estabelecer sem dúvida que foi a vacina que causou estes efeitos secundários e que, “baseado nos indícios atuais, os benefícios da vacina AstraZeneca contra a Covid-19 e os riscos associados [à doença] como hospitalização e morte, continuam a superar os riscos para a grande maioria das pessoas”.

Segundo Raine, o risco de complicações é agora de quatro num milhão e referiu que apenas três das 19 mortes eram de pessoas com menos de 30 anos.

Minutos antes, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) também revelou ter concluído que existe uma “possível relação” entre a vacina da contra a Covid-19 da farmacêutica AstraZeneca e a formação de “casos muito raros” de coágulos sanguíneos, mas insistiu nos benefícios do fármaco.

Na terça-feira, a Universidade de Oxford anunciou a suspensão dos testes em crianças da vacina que desenvolveu com o laboratório anglo-sueco.

Até agora, as autoridades de saúde e políticas britânicas têm defendido firmemente a vacina desenvolvida no Reino Unido de críticas e reiterado que os benefícios superam os riscos.

Porém, as dúvidas têm-se acumulado, principalmente quanto à vacinação dos mais novos, pois a maioria dos maiores de 50 anos já recebeu a primeira dose.

A limitação do uso da vacina AstraZeneca pode atrapalhar a campanha de vacinação no Reino Unido, o país com mais mortes atribuídas a Covid-19 na Europa, quase 127.000 desde o início da pandemia.

Por precaução, vários países decidiram deixar de administrar a vacina abaixo de certa idade, como a França, Alemanha e Canadá, enquanto a Noruega e a Dinamarca suspenderam totalmente o seu uso.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

DGS: Medidas preventivas para o tempo frio e seco em Portugal

A Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu um comunicado alertando para a continuação de tempo frio e seco em Portugal, especialmente nas regiões do interior, conforme as previsões meteorológicas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Esta situação deverá persistir pelo menos até ao final da semana.

Cientistas alertam para riscos de mosquito do dengue em Portugal

Investigadores do Laboratório Associado Terra alertaram hoje para os riscos para a saúde pública da presença em Portugal do mosquito ‘Aedes albopictus’, que pode transmitir doenças virais como a dengue, a chikungunya e a Zika.

MAIS LIDAS

Share This