Câmara da Marinha Grande preocupada com impacto no comércio e restauração

16 de Abril 2021

A presidente da Câmara da Marinha Grande disse esta sexta-feira ser sem surpresa que o concelho não avança para a próxima fase de desconfinamento na sequência da pandemia de Covid-19 e expressou preocupação com o impacto para o comércio e restauração.

“Temos consciência dos números e todos os dias fazemos a avaliação. Tendo consciência dos números, não foi com surpresa que recebemos a notícia de ontem [quinta-feira]”, afirmou Cidália Ferreira.

Marinha Grande está entre os seis concelhos que não avançam, mas também não retrocedem, no plano de desconfinamento.

Este concelho do distrito de Leiria, mais Penela, Alandroal, Albufeira, Carregal do Sal e Figueira da Foz mantêm-se na segunda fase, que se encontra em vigor desde 05 de abril, porque registam uma taxa de incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

Já os concelhos de Moura, Odemira, Portimão e Rio Maior vão regressar na segunda-feira às regras que vigoravam no continente português no início do processo de desconfinamento em curso, iniciado em 15 de março.

Apesar de estarem impedidos de avançar para a terceira fase, estes 10 concelhos de maior risco vão seguir o plano previsto relativamente à reabertura das escolas e também voltam ao ensino presencial os alunos do ensino secundário e do ensino superior – como no resto do continente português -, porque as “medidas relativas ao sistema educativo serão sempre medidas de âmbito nacional”.

“O que me tranquiliza nesta situação é a testagem no nosso concelho, de certa forma massiva. Estão a ser testados trabalhadores de empresas e tudo o que é identificado com situações de maior risco”, adiantou Cidália Ferreira.

A autarca explicou que ocorreram “surtos em duas empresas e em uma escola”, salientando que “a identificação dos casos positivos está feita e o acompanhamento pela saúde pública e forças de segurança” permite “ter a situação controlada e ter a expectativa de, num curto prazo tempo”, o concelho, com cerca de 40 mil habitantes, sair “desta situação e ter a tranquilidade de os contágios estarem ultrapassados”.

Questionada sobre o impacto económico decorrente de o município não avançar no desconfinamento, Cidália Ferreira reconheceu que “os constrangimentos são ao nível do comércio, restauração e atividade desportiva”.

“Estou preocupada com o impacto nestes setores. Há muito tempo que o comércio tem vindo a sofrer o impacto desta pandemia e, por isso, lamentamos que os empresários não possam reabrir na totalidade”, referiu.

À população, a presidente da Câmara da Marinha Grande apela “para que o seu dever de cuidar de si própria e dos outros seja cumprido”.

“Que sejam cumpridas todas as normas de segurança, para que, em conjunto, possamos sair brevemente desta situação”, declarou, adiantando que “o processo de vacinação está em curso e a decorrer dentro da normalidade, e a testagem está a ser feita de forma massiva, pelo que o restante é da responsabilidade de cada um”.

O concelho da Marinha Grande regista, desde o início da pandemia, em março de 2020, 1.927 casos do novo coronavírus, mantendo-se 80 ativos, de acordo com o último boletim da Comissão Distrital de Proteção Civil de Leiria, divulgado às 00:01 de hoje.

No mesmo período recuperaram da doença 1.800 pessoas, havendo ainda 47 óbitos.

A próxima avaliação do plano de desconfinamento será feita daqui a 15 dias e a expectativa do Governo é a de que os concelhos de maior risco possam estar numa situação diferente, com uma redução da taxa de incidência, que permita avançar para a próxima fase.

LUSA/HN

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