RDCongo avançou hoje com vacinação tentando eliminar dúvidas sobre a vacina da AstraZeneca

19 de Abril 2021

A República Democrática do Congo (RDCongo) lançou esta segunda-feira a campanha de vacinação em Kinshasa, numa cerimónia oficial destinada a dissipar dúvidas e desconfianças em torno da vacina da AstraZeneca, com funcionários e diplomatas congoleses a darem o exemplo.

“Há mais vantagens do que desvantagens em ser vacinado”, disse o ministro da Saúde, Eteni Longondo, que foi um dos primeiros a receber a primeira dose do imunizante, na Faculdade de Medicina da Universidade de Kinshasa.

Ao ministro seguiu-se o embaixador da União Europeia na RDCongo, Jean-Marc Châtaigner, e o coordenador de assuntos humanitários das Nações Unidas no país, David McLachlan-Karr, segundo relatam os jornalistas da agência de notícias francesa, AFP.

“Este é um gesto voluntário importante. Um gesto de solidariedade para com os outros”, disse Châtaigner à AFP, referindo que se trata de uma “vacina eficaz”.

A desconfiança em relação à vacina da AstraZeneca é generalizada na RDCongo. Muitas teorias da conspiração são regularmente partilhadas nas redes sociais.

A desconfiança pode ter sido exacerbada pela “comunicação infeliz em torno da AstraZeneca na Europa”, disse um responsável de saúde pública congolês.

No caso da AstraZeneca, bem como da Johnson & Johnson, surgiram suspeitas em vários países ocidentais, após casos de trombose (formação de coágulos sanguíneos) em algumas pessoas vacinadas.

A RDCongo adiou, “por precaução”, o lançamento da campanha de vacinação, inicialmente agendada para 15 de março. Este adiamento foi decidido depois de outros países suspenderem a utilização da vacina AstraZeneca.

Após estudo, a equipa de peritos congoleses “assegurou que a vacina AstraZeneca, já disponível na RDCongo, não apresenta qualquer inconveniente para a população”, segundo o ministro do Interior, Gilbert Kankonde.

“A vacinação será voluntária e será dada prioridade aos trabalhadores da saúde, às pessoas vulneráveis, que sofrem de doenças crónicas e a todas as pessoas expostas a um grande fluxo de pessoas no decurso do seu trabalho”, adiantou.

A RDCongo – com uma população de mais de 80 milhões – recebeu 1,7 milhões de doses da vacina AstraZeneca no âmbito do consórcio Covax, que visa fornecer vacinas este ano a 20% da população em quase 200 países.

O país registou oficialmente 28.956 casos de Covid-19, incluindo 745 mortes desde o início da epidemia, de acordo com o último relatório publicado no domingo.

África registou mais 235 mortes associadas à Covid-19 nas últimas 24 horas, para um total de 117.890 desde o início da pandemia, e 9.029 novos casos de infeção, segundo os dados oficiais mais recentes no continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o número total de infetados nos 55 Estados-membros da organização é de 4.428.486 e o de recuperados da doença nas últimas 24 horas é de 7.218, para um total de 3.966.193 desde o início da pandemia.

A África Austral continua a ser região mais afetada, registando 1.942.829 infetados e 61.282 mortos associados ao contágio com a doença. Nesta região, a África do Sul, o país mais atingido pela Covid-19 no continente, regista 1.566.769 casos e 53.736 mortes.

LUSA/HN

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