Limitação etária a duas vacinas pode condicionar a utilização de 2,7 milhões de vacinas

27 de Abril 2021

O coordenador da ‘task force’ para o plano de vacinação admitiu esta terça-feira que a limitação de idade a dois tipos de vacinas pode condicionar a utilização de meio milhão de vacinas no segundo trimestre e 2,7 milhões no terceiro trimestre.

“O limite de idade de dois tipos de vacinas que estamos a usar pode condicionar a utilização até meio milhão de vacinas, apesar de estarmos a tomar medidas para mitigar este processo”, disse o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo na reunião do Infarmed, em Lisboa, que reuniu esta manhã especialistas, o Presidente da República, o Governo e representantes dos partidos.

No terceiro trimestre, as mesmas duas vacinas com as limitações também da idade podem atrasar a meta dos 70% da população vacinada até ao verão, admitiu o coordenador da ‘task force’.

Neste trimestre, afirmou, “as mesmas duas vacinas com as limitações também de idade podem retirar ao plano cerca de 2,7 milhões de vacinas”.

Gouveia e Melo não identificou as vacinas em causa, mas na passada quarta-feira, a ministra da Saúde disse que não há restrições à utilização da vacina da Janssen e que as autoridades nacionais seguirão as recomendações da Agência Europeia de Medicamentos, estando a aguardar a análise da comissão técnica de vacinação.

Anteriormente, as autoridades de saúde portugueses tinham também decidido só administrar a vacina da AstraZeneca a pessoas com mais de 60 anos.

Na reunião, Gouveia e Melo anunciou que no fim desta semana mais de 22% da população estará vacinada com uma primeira dose, considerando que “confere também uma proteção bastante acentuada”.

Portugal tem disponível 9,2 milhões de vacinas e em todo o país já foram vacinadas três milhões de pessoas, o que, considerou, “é uma boa marca”.

Dados referentes ao dia 25 de abril mostram que a vacinação está “a progredir fortemente na faixa etária dos 70 aos 79 anos”, podendo atingir os 100% no fim desta semana.

A faixa etária dos 80 anos está totalmente vacinada desde 11 de abril, com pequenas exceções, disse, explicando que nunca se atinge os 100% porque há pessoas que não vão ser vacinadas por terem recuperado da infeção.

“No dia 23 de maio, o que é expectável é termos todo o grupo dos 60 anos para cima coberto”, o que significa que em termos estatísticos está a cobrir-se uma faixa etária da população que contribuiu com 96,04% dos óbitos por Covid-19.

Portanto, realçou, “esta é uma marca muito importante que atingiremos em princípio nesta semana de 23 de maio, já com uma percentagem também significativa da faixa etária de baixo a ser inoculada, o que também é muito positivo”.

“No dia 02 de maio, atingiremos os 70 anos, no dia 23 de maio os 60 anos mais e por aí adiante até ao início de agosto”, disse, salientando que, entre agosto e setembro, 70% da população estará vacinada, o que equivale a ter o grupo de mais de 30 anos “praticamente todo vacinado”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Projeto “Com a Saúde Não Se Brinca” foca cancro da bexiga para quebrar estigma

A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde lançou uma nova temporada do projeto “Com a Saúde Não Se Brinca” dedicada ao cancro da bexiga. Especialistas e doentes unem-se para combater o estigma em torno dos sintomas e alertar para a importância do diagnóstico atempado desta doença, que regista mais de 3.500 novos casos anuais em Portugal.

Maria Alexandra Teodósio eleita nova Reitora da Universidade do Algarve

O Conselho Geral da Universidade do Algarve elegeu Maria Alexandra Teodósio como nova reitora, com 19 votos, numa sessão plenária realizada no Campus de Gambelas. A investigadora e atual vice-reitora, a primeira mulher a liderar a academia algarvia, sucederá a Paulo Águas, devendo a tomada de posse ocorrer a 17 de dezembro, data do 46.º aniversário da instituição

Futuro da hemodiálise em Ponta Delgada por decidir

A Direção Regional da Saúde dos Açores assegura que nenhuma decisão foi tomada sobre o serviço de hemodiálise do Hospital de Ponta Delgada. O esclarecimento surge após uma proposta do BE para ouvir entidades sobre uma eventual externalização do serviço, que foi chumbada. O único objetivo, garante a tutela, será o bem-estar dos utentes.

Crómio surge como aliado no controlo metabólico e cardiovascular em diabéticos

Estudos recentes indicam que o crómio, um mineral obtido através da alimentação, pode ter um papel relevante na modulação do açúcar no sangue e na proteção cardiovascular, especialmente em indivíduos com diabetes tipo 2 ou pré-diabetes. Uma meta-análise publicada na JACC: Advances, que incluiu 64 ensaios clínicos, revela que a suplementação com este oligoelemento está associada a melhorias em parâmetros glicémicos, lipídicos e de pressão arterial, abrindo caminho a novas abordagens nutricionais no combate a estas condições

Alzheimer Portugal debate novos fármacos e caminhos clínicos em conferência anual

A Conferência Anual da Alzheimer Portugal, marcada para 18 de novembro na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, vai centrar-se no percurso que vai “Da Ciência à Clínica”. Especialistas vão analisar os avanços no diagnóstico, novos medicamentos e a articulação entre cuidados de saúde e apoio social, num evento que pretende ser um ponto de encontro para famílias e profissionais

Bayer anuncia redução significativa de marcador renal com finerenona em doentes com diabetes tipo 1

A finerenona reduziu em 25% o marcador urinário RACU em doentes renais com diabetes tipo 1, de acordo com o estudo FINE-ONE. Este é o primeiro fármaco em mais de 30 anos a demonstrar eficácia num ensaio de Fase III para esta condição, oferecendo uma nova esperança terapêutica. A segurança do medicamento manteve o perfil esperado, com a Bayer a preparar-se para avançar com pedidos de aprovação regulatória.

Hospital de Castelo Branco exige reclassificação na referenciação pediátrica

A Unidade Local de Saúde de Castelo Branco discorda da sua classificação como Hospital de Nível IB na proposta da Rede de Referenciação Hospitalar em Pediatria. A instituição alega que a categorização não reflete a sua capacidade assistencial e já solicitou formalmente uma reclassificação para Nível IIA, invocando uma estrutura pediátrica consolidada e uma oferta diferenciada.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights