Dezenas de milhares manifestam-se na cidade canadiana de Montreal contra as restrições

2 de Maio 2021

Dezenas de milhares de pessoas desfilaram no sábado junto ao estádio Olímpico de Montreal, onde está instalado um dos centros de vacinação do Quebeque, para contestar as medidas sanitárias impostas para conter a pandemia no Canadá.

“Não à máscara”, “Não ao recolher obrigatório”, “Não ao passaporte sanitário”, proclamavam diversas faixas exibidas durante o cortejo, enquadrado por um forte dispositivo policial, indicou a agência noticiosa AFP.

A polícia de Monreal recusou-se a revelar o número de manifestantes. Segundo estimativas coincidentes de diversos media, dezenas de milhares de pessoas participaram no protesto, 30.000 segundo a cadeia Radio-Canada, na mais importante mobilização anti-confinamento dos últimos meses no Quebeque.

Os manifestantes, na maioria sem máscara e na generalidade ignorando as medidas de distanciamento, consideram “injustificadas” as restrições sanitárias impostas pelo Governo desta província francófona. Criticaram designadamente o uso obrigatório de máscara no caso de encontros em espaços abertos ou a imposição de um recolher obrigatório provincial desde o início de janeiro.

O recolher obrigatório, uma medida inédita no Canadá à escala de uma província desde a epidemia da designada gripe espanhola há um século, foi recentemente atenuado pelo governo centrista de François Legault. O Quebeque, a sua província do Canadá mais afetada pela pandemia, impôs igualmente um confinamento em diversas regiões.

Diversos manifestantes foram detidos no início da marcha, indicou a AFP, mas de seguida o cortejo desfilou em ambiente festivo, ao ritmo de tambores.

No sábado, o primeiro-ministro Justin Trudeau tinha condenado a convocação desta manifestação, considerando-a “deplorável” e contra-produtiva. O governo do Quebeque explicou que adiou a vacinação das pessoas convocadas para as instalações do estádio olímpico, que foi encerrado durante a manifestação.

O Canadá (38 milhões de habitantes) registava hoje oficialmente mais de 1,2 milhões de casos de coronavírus, com mais de metade nas províncias de Ontário e do Quebeque.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.182.408 mortos no mundo, resultantes de mais de 151,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.976 pessoas dos 836.947 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Dia Mundial da DPOC: Uma Doença Prevenível que Ainda Mata

No dia 19 de novembro assinala-se o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), uma condição respiratória crónica que, apesar de ser prevenível e tratável, continua a ser uma das principais causas de morbilidade e mortalidade a nível global.

Patrícia Costa Reis: “Precisamos de diagnosticar mais cedo a XLH”

Numa entrevista exclusiva ao HealthNews, Patrícia Costa Reis, gastroenterologista pediátrica, investigadora e professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa – Hospital de Santa Maria -, esclarece os mecanismos e impactos da XLH (hipofosfatemia ligada ao cromossoma X). Esta doença genética rara provoca perdas de fósforo, originando raquitismo, deformidades ósseas, dor crónica e fadiga. A especialista destaca a importância do diagnóstico precoce, o papel crucial das equipas multidisciplinares e a mudança de paradigma no tratamento com a introdução de terapêuticas dirigidas.

Urgências em Portugal: quase 16 milhões de atendimentos em dois anos e meio

As urgências do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal registaram quase 16 milhões de atendimentos entre 2022 e junho de 2024, uma procura que se mantém elevada e é mais do dobro da média verificada nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). 

Resistência aos antibióticos causa 35 mil mortes anuais na Europa

A resistência aos antibióticos é responsável por mais de 35 mil mortes por ano na União Europeia e no Espaço Económico Europeu, segundo estimativas do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC). Este fenómeno continua a aumentar, representando um grave desafio para a saúde pública na Europa.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights