Miguel Múrias Mauritti

5 de Maio 2021

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Miguel Múrias Mauritti

05/05/2021 | Aniversario

Um ano de solavancos, empenho e vontade de fazer melhor.

Completámos um ano de existência. Um ano que ficará para sempre impresso na História trágico/sanitária portuguesa.

Tivemos azar… Diria.

Março de 2020 – Registámos a marca e submetemos a admissibilidade da firma Healthnews, comunicação, Limitada.

– Não podem, responderam do Instituto dos Registos e Notariado (IRN). É muito genérico. Tem de ser algo mais específico. E assim, de nega em nega, chegámos finalmente a acordo: Healthnews, VMAL, Comunicação, Limitada.

Entenderam? Pois estão como eu. Mas é assim e são eles que mandam nisto tudo.

E é assim que as coisas funcionam neste acampamento mal montado a que designamos pomposamente de País.

Avançámos, para logo sermos novamente freados pela falta de um documento do IRN.

– Impossível! Garantiram. Só se forem a Alcanena, único posto com agenda aberta para atendimento presencial. Todos os outros, remetiam para dali a um ano e tal.

– E agora? Questionámo-nos…

“Bora a Alcanena!”

Ao longo de mais de 2 meses vivemos num registo de telenovela com capítulos de gosto muito duvidoso, como o do Banco que só aceitava a conta se apresentássemos outro documento emitido exclusivamente pelo IRN.

Aí finquei pé! O IRN poderá mandar, mas o dono de um banco não é “dono disto tudo”. Faltava mais nada disse ao gestor peticionário. E a coisa lá se resolveu.

Começámos a alimentar a página como se já estivesse “no ar”. Mas não estava. A pandemia, então agigantada, desarmava qualquer tentativa de ataque.

Tínhamos que decidir e foi o que fizemos.

– No primeiro dia em que anunciarem medidas de desconfinamento, avançamos, garanti eu à Antónia Lisboa, que comigo se tinha metido na aventura.

O tempo foi aproveitado para selecionar a equipa, tarefa que se revelou mais fácil do que inicialmente prevíramos.

Foi amor à primeira vista. Com todos!

E ficámos todos, unidos, à espera.

A 4 de maio garantiram que no dia seguinte haveria uma ligeira abertura. Fizemos plantão.

Confirmou-se e fomos “para o ar”.

De lá para cá já passaram 12 meses.

Foi um tempo excecional, com todos a “darem o litro” numa comunhão de vontades que nunca tinha sentido em projetos anteriores.

Nestes doze meses, não tivemos folgas. Foram sempre 7×7 dias por semana, de manhãzinha ao anoitecer. Às vezes – muitas – até muito tarde, para garantir a atualidade e o rigor.

As regras eram simples e todos as aceitaram de imediato. Não especulamos, verificamos sempre as fontes e não entramos em sensacionalismos.

A palavra tinha que ser acessível a todos os leitores. Protagonismos literários eram autocensurados. Sem reparos. Conscientes.

Dediquei e dedico mais tempo às minhas estagiárias do que alguma vez havia feito.

– São as minhas meninas. Há que as preparar para o longo caminho que ainda têm que percorrer.

– O João vai-se embora. Enorme contratempo. A concorrência generalista tinha-o topado e foi buscá-lo, já encarteirado, como todos os que trabalham no Healthnews. Foi uma perda sentida, que rapidamente conseguimos integrar convidando duas jovens e promissoras jornalistas: a Vaishaly Camões e a Rita Antunes. Estou convicto de que ainda vamos todos ouvir falar delas num futuro não muito longínquo.

Juntou-se-nos uma sumidade do jornalismo de Saúde: a Adelaide Oliveira, minha camarada de armas de décadas. Minha amiga.

– Daí a nada nova aquisição: um web designer fantástico – O Rendall, talentoso e sempre pronto para enfrentar desafios. Alguns “cabeludos”.

Juntaram-se também dezenas de especialistas, dispostos a colaborar, com a sua opinião informada, na consolidação e prestígio do Healthnews.

E a Celeste. Um amor de pessoa e uma extraordinária profissional, que tem sido um alicerce da sustentabilidade do projeto.

O resto, acho que todos adivinham. Dificuldades – mesmo boicote – dos organismos oficiais aos quais os jornalistas solicitam as informações essenciais para redigirem as suas notícias. Felizmente ultrapassadas pelo engenho da equipa.

À Antónia Lisboa devemos a concertação de agendas e projetos. E as notícias de fim-de-semana, que ela insiste em garantir.

Termino com uma palavra de agradecimento ao Eduardo Esteves, o nosso caricaturista. Já trabalho com ele há mais de duas décadas. A maior parte do tempo de forma graciosa.

Não há muito tempo, corria nos mentideros da Saúde que ninguém era “Alguém” se não tivesse sido alvo do lápis acutilante do Eduardo.

Obrigado por continuares connosco!

Aos nossos leitores, obrigado pelo mais de um milhão de visitas que nos fizeram nos últimos dias, os comentários oportunos e delicados. Gostámos de vos ter connosco.

Aos nossos patrocinadores, agradeço a confiança que têm depositado em nós. Fazemos por merecer, acreditem.

Para o ano, estaremos cá para comemorar mais um aniversário!

MMM

 

 

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