Reino Unido limita vacina AstraZeneca a maiores de 40 anos

7 de Maio 2021

O comité científico que supervisiona a campanha de vacinação anti-Covid-19 no Reino Unido recomendou esta sexta-feira limitar o uso da vacina da AstraZeneca a pessoas com mais de 40 anos, após terem sido relatados 242 casos de coágulos sanguíneos.

O Comité Conjunto de Vacinação e Imunização [Joint Committee on Vaccination and Immunisation, JCVI], que enfatiza que os benefícios continuam a ser maiores do que os riscos associados à Covid-19, já tinha aconselhado em abril a não administração dessa vacina a maiores de 30 anos quando fosse possível.

Porém, a oferta de uma vacina alternativa a este grupo etário só deve acontecer quando existirem fármacos alternativos e “se não houver atraso substancial ou impedimento no acesso à vacinação”, vincou o presidente do JCVI, Wei Shen Lim, numa conferência de imprensa.

“Se o programa de vacinação continuar em força, uma futura onda de infeções é provável que seja menor do que inicialmente previsto tendo em conta o que sabemos sobre as vacinas” em termos de redução de complicações e transmissão da doença, sustentou.

De acordo com os dados hoje anunciados, entre mais de 28 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca com a Universidade de Oxford administradas até 28 de abril, foram identificados 242 casos de coágulos sanguíneos, uma incidência de 10,5 casos por milhão.

Ao mesmo tempo, as autoridades britânicas também estimam que pelo menos 10 mil mortes foram evitadas até março graças ao programa de vacinação no Reino Unido, um dos mais avançados do mundo.

O Reino Unido já imunizou quase 35 milhões de pessoas com uma primeira dose, e cerca de 16 milhões receberam também a segunda dose, administrada com um intervalo de entre três e 12 semanas.

Isto corresponde a 66,3% dos adultos vacinados com uma primeira dose e 30,9% com ambas as doses.

Desde o início da pandemia, foram notificadas 127.583 mortes de Covid-19 no Reino Unido, o país com nível mais alto de mortalidade na Europa e o quinto maior no mundo.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Um terço dos portugueses desconhece direito a segunda opinião médica

Trinta por cento dos cidadãos inquiridos num estudo pioneiro não sabem que podem solicitar uma segunda opinião médica. O desconhecimento dos direitos na saúde é particularmente preocupante entre doentes crónicos, que são quem mais necessita de navegar no sistema

Internamentos sociais disparam 83% em dois anos e custam 95 milhões ao SNS

A taxa de internamentos considerados inapropriados – situações que poderiam ser tratadas em ambiente não hospitalar – cresceu quase 20% nos últimos dois anos. Os custos associados a estas permanências dispararam 83%, pressionando a sustentabilidade financeira do sistema de saúde e revelando falhas na articulação com a rede social

Quase 15% dos utentes continuam sem médico de família atribuído no SNS

Apesar de uma ligeira melhoria em 2024, 14,5% dos utentes inscritos nos cuidados de saúde primários continuam sem médico de família atribuído. As assimetrias regionais são gritantes, com Lisboa e Vale do Tejo a concentrar a maior fatia desta carência, levantando sérias questões sobre a equidade no acesso à saúde

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights