Governo de Boris Johnson dá prioridade à recuperação da pandemia Covid-19

11 de Maio 2021

O Governo de Boris Johnson estabeleceu como prioridade para o próximo ano a recuperação da pandemia Covid-19 a nível económico e sanitário, mas também em termos de educação, segundo a agenda legislativa esta terça-feira apresentada pela Rainha Isabel II. 

No Discurso da Rainha, escrito pelos ministros e que marca a abertura do ano parlamentar, o Governo disse que tem como prioridade “promover uma recuperação nacional da pandemia que torne o Reino Unido mais forte, mais saudável e mais próspero do que antes”.

Para alcançá-lo, leu a monarca, “o Governo vai aumentar as oportunidades em todas as partes do Reino Unido, apoiando empregos, empresas e crescimento económico e resolvendo o impacto da pandemia nos serviços públicos”.

Uma das reformas centrais é um novo sistema de educação e formação profissional para jovens e adultos ao longo da vida, com novas formas de financiamento, envolvimentos de empresas e ajustamento das universidades às necessidades locais.

Este programa é considerado uma “revolução” no sistema de educação para ajudar os 50% de jovens que não seguem para o ensino superior a terem “empregos melhores e bem pagos”.

“Estou a revolucionar o sistema para que possamos superar a noção desatualizada de que há apenas um caminho para subir na carreira e garantir que todos tenham a oportunidade de se requalificar ou melhorar as suas competências a qualquer momento das suas vidas”, disse Boris Johnson, num comunicado.

Outras propostas legislativas incluem algumas reformas a nível ambiental, nomeadamente para reduzir a poluição do ar e água e proteger a fauna e flora selvagens.

Entre os planos está também uma lei que estabeleça a redução das emissões de gases com efeito de estufa em 78% até 2035 em relação aos níveis de 1990 com o objetivo de alcançar a neutralidade carbónica em 2050.

O Reino Unido acolhe em novembro a maior conferência sobre as alterações climáticas da ONU (COP26) e estas metas pretendem mostrar a ambição de Londres para o evento.

Mais polémica é uma proposta em termos de segurança que dá maiores poderes à polícia, incluindo para condicionar manifestações que possam perturbar a ordem pública ou causar estragos, o que os críticos consideram pôr em risco o direito de protestar.

Esta legislação pretende também aumentar as penas para autores de crimes graves e de ataques a trabalhadores dos serviços de emergência, como paramédicos ou bombeiros.

Algumas propostas de lei que poderão criar problemas dentro do próprio partido Conservador são a obrigatoriedade de os eleitores mostrarem um documento de identificação nas mesas de voto e a reforma das regas de planeamento urbano.

Devido à pandemia Covid-19, foi reduzida a pompa em redor do Discurso da Rainha, que se deslocou de automóvel em vez de carruagem puxada por cavalos e vestiu-se normalmente, sem o habitual manto cerimonial e a coroa.

A capacidade do Parlamento também foi reduzida das habuitais 600 pessoas para cerca de 100 e as tradicionais guardas militares e bandas de música no exterior também foram dispensadas.

No entanto, vários costumes e cerimónias seculares foram repetidos, incluindo manter um deputado como refém, este ano o Conservador Marcus Jones, destinado a garantir que a monarca sai do edifício em segurança.

Após o Discurso, que durou menos de 10 minutos, o Parlamento foi suspenso até às 14:30, quando começa o debate sobre o conteúdo que vai prolongar-se por seis dias.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Álvaro Santos Almeida: “Desafios globais da saúde na próxima década”

Álvaro Santos Almeida, Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde, destacou hoje, no Cascais International Health Forum 2025 os principais desafios globais da saúde para a próxima década, com ênfase no envelhecimento populacional, escassez de profissionais e a necessidade de maior eficiência no setor.

Boletim Polínico: um guia essencial para os doentes alérgicos

Elaborado pela Rede Portuguesa de Aerobiologia (RPA) – um serviço da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) para a comunidade – “o Boletim Polínico pode ajudar os doentes alérgicos a estarem mais atentos e alerta sobre as épocas de polinização das plantas a que são alérgicos e, como tal, tomarem as devidas precauções e seguirem os conselhos dos imunoalergologistas que os acompanham na gestão da doença”, refere Cláudia Penedos, da SPAIC.

Giovanni Viganò: “Itália como laboratório para inovar e implementar reformas no envelhecimento populacional”

Giovanni Viganó, consultor sénior e perito em políticas públicas no Programma Mattone Internazionale Salute (ProMIS), destacou no Cascais International Health Forum 2025 os desafios do envelhecimento populacional e a gestão de doenças crónicas, sublinhando a necessidade de políticas inovadoras e sustentáveis para garantir a viabilidade dos sistemas de saúde em países como Itália e Portugal.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights