ASAE instaura processo-crime e apreende alimentos fora de prazo em Beja

20 de Maio 2021

A Autoridade de Segurança Alimentar instaurou um processo-crime e apreendeu vários alimentos, entre eles ovos fora de prazo, no centro cultural que fornece refeições a escolas de Beja, depois de 70 crianças terem sido transportadas para o hospital.

Em comunicado, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) diz que além dos 240 ovos com validade expirada, foram também apreendidos 40 quilos de produtos alimentares, por suspeita de não estarem em boas condições para consumo e recolhidas oito amostras dos alimentos que eram confecionados no centro cultural, que constavam na ementa semanal, para serem analisados pelo laboratório de segurança alimentar.

Segundo a ASAE, a inspeção, na sequência da hospitalização de 70 crianças no Centro Hospitalar de Beja “com sintomas de natureza infeciosa ou tóxica, potencialmente causada pelo consumo de alimentos”, decorreu ao final do dia de terça-feira.

A ASAE apurou que “a origem estava centralizada num centro cultural e social que procedia ao fornecimento das refeições em cinco escolas dos Agrupamentos de Escolas números 1 e 2 de Beja”.

A operação decorreu “em estreita articulação com os serviços do Ministério Público territorialmente competentes”, refere a ASAE.

No total, segundo fonte da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBAN), três crianças foram internadas na terça-feira no serviço de pediatria do hospital de Beja. Uma delas teve alta durante a noite e as outras duas tiveram alta durante o dia de quarta-feira.

O Hospital José Joaquim Fernandes, Beja, disse por diversas vezes à agência Lusa que ali tinham recebido assistência um total de 42 pessoas (36 crianças e seis adultos).

Fonte da Câmara Municipal tinha indicado que as crianças transportadas para o hospital da cidade, devido a “suspeitas de uma intoxicação alimentar”, tinham entre três e 10 anos.

Segundo o vereador do pelouro da Educação do município de Beja, Arlindo Morais, as crianças frequentam o pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico e são de duas escolas de Beja e das escolas das freguesias rurais de Beringel, São Matias e Trigaches.

Arlindo Morais adiantou ainda que as refeições para estas escolas são confecionadas pelo Centro Social Cultural e Recreativo do Bairro da Esperança, em Beja, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS).

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Chamadas de telemóvel associadas a um maior risco de hipertensão arterial

Advertisement

Falar ao telemóvel durante 30 minutos ou mais por semana está associado a um aumento de 12% do risco de hipertensão arterial em comparação com menos de 30 minutos, de acordo com um estudo publicado no European Heart Journal – Digital Health, uma revista da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC)

Traumas na infância podem provocar insónia nos adultos?

Advertisement

Investigação demonstrou que experiências adversas na infância resultam em formas mais disfuncionais de lidar com a vergonha e aumentam a gravidade dos casos de insónia na idade adulta, embora estas duas variáveis não surjam associadas.

Manuel Delgado: O SNS está a resvalar muito rapidamente para o precipício

Advertisement

Em entrevista exclusiva ao nosso jornal, Manuel Delgado, ex-Secretário de Estado da Saúde do XXI Governo Constitucional, entre 2015 e 2017 e Professor Auxiliar convidado da ENSP/Universidade Nova de Lisboa para as áreas da Políticas de Saúde e Gestão de Serviços de Saúde, aponta os principais desafios que o SNS enfrenta e os que irá enfrentar no futuro.

Mário Macedo: “Enfermeiros Unidos” por uma Enfermagem com Voz

Advertisement

Mário André Macedo, Enfermeiro Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica e principal rosto do Movimento “Enfermeiros unidos”, considera inconcebível o constante afastamento dos enfermeiros dos locais de reflexão, planeamento e decisão em saúde. Pondera vir a candidatar-se a Bastonário da Ordem dos Enfermeiros à qual aponta a responsabilidade de nos últimos anos  ter perdido o seu foco e uma visão estruturada para a profissão.

Entre a idade dos ‘porquês’ e o tempo da revolta: Como lidar com a DII em crianças e jovens?

Advertisement

Viver com uma doença para o resto da vida não é fácil quando o diagnóstico é feito em plena infância ou adolescência. Um cenário que pode ser ainda agravado quando se está perante uma doença com inúmeros estigmas, como a Doença Inflamatória do Intestino. Ter a necessidade de ir, vezes sem conta, à casa de banho pode fazer com que muitas crianças e jovens tenham sentimentos de revolta e vergonha. Atendendo a esta realidade, e de forma a desmistificar algumas destas patologias, a Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino (APDI) promoveu no passado dia 16 de maio uma discussão sobre o tema.

MAIS LIDAS

Share This