Peritos internacionais juntam-se para tentar prevenir a próxima pandemia

20 de Maio 2021

Um grupo de peritos internacionais de diferentes entidades vai trabalhar para desenvolver o conhecimento sobre a interação entre o homem, os animais e o ambiente, no sentido de travar potenciais pandemias, anunciou esta quinta-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, “as estreitas ligações entre a saúde humana, animal e ambiental exigem uma estreita colaboração, comunicação e coordenação entre os setores envolvidos” e, por isso, este grupo multidisciplinar de especialistas vai aconselhar “sobre como colmatar as lacunas entre os setores, ligando a medicina veterinária e humana às questões ambientais”.

O painel, proposto por iniciativa de França e com o apoio da Alemanha, reuniu-se pela primeira vez no início desta semana e é composto por 26 peritos independentes escolhidos pela OMS, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA).

“O objetivo é, simultaneamente, dar maior visibilidade à investigação científica sobre estas questões e dar-nos os meios de fazer as escolhas certas no momento certo para prevenir outras crises sanitárias ou para lhes dar a melhor resposta possível”, explicou o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian.

Por sua vez, o homólogo alemão, Heiko Maas, lembrou a importância de reter a lição proporcionada pela pandemia de Covid-19.

“A covid-19 lembrou-nos dolorosamente que a saúde dos seres humanos, dos animais e do ambiente em todo o mundo está intimamente ligada: ninguém está seguro até que todos estejam seguros. Isto é o que temos de ter em mente para prevenir futuras pandemias”, sublinhou o responsável pela diplomacia germânica.

Os peritos terão como missão o desenvolvimento de um plano de ação global para prevenir surtos de doenças de origem animal, tais como a gripe aviária H5N1 e as doenças dos vírus Ébola e Zika, tendo já sido constituídos quatro subgrupos de trabalho, onde se incluem as áreas de “vigilância em tempo real” e “prevenção”. De acordo com a OMS, cerca de 75% de todas as doenças infeciosas emergentes tiverem origem em animais.

Para a diretora executiva do PNUA, Inger Andersen, é necessário “compreender que a saúde humana, animal e global são uma e a mesma coisa” para se conseguir dar uma resposta eficaz às crises globais que ameaçam o planeta: “alterações climáticas, perda de biodiversidade e poluição”.

O painel será copresidido pelo alemão Thomas Mettenleiter, presidente do Friedrich-Loeffler-Institute, e da sul-africana Wanda Markotter, diretora do Centro de Zoonoses da Universidade de Pretória.

LUSA/HN

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