ONG para falantes de português nos Estados Unidos celebra legado em outubro

26 de Maio 2021

A organização sem fins lucrativos para falantes de português nos Estados Unidos Massachusetts Alliance of Portuguese Speakers (MAPS) vai celebrar os “50+1” anos com uma gala em 09 de outubro, anunciou esta quarta-feira a entidade que presta serviços sociais.

No ano passado, a organização foi impossibilitada de celebrar 50 anos devido à pandemia de Covid-19, pelo que a próxima gala será de celebração dos 50+1 anos.

O evento que visa celebrar mais de meio século da organização e homenagear os “Construtores da MAPS” vai ser realizado em 09 de outubro no Marriott Hotel de Cambridge, uma cidade vizinha de Boston.

Várias datas previamente anunciadas foram anuladas devido à pandemia de Covid-19. A primeira gala de 50 anos tinha sido anunciada para 25 de abril de 2020.

“Foi muito difícil para nós termos de cancelar a nossa Gala no ano passado, mas sentimos que uma data tão importante merecia uma celebração em pessoa, não virtual”, disse o diretor executivo da MAPS, Paulo Pinto, citado num comunicado da organização sem fins lucrativos.

“Agora que a situação da pandemia melhorou bastante, estamos ansiosos para nos reunirmos com segurança para honrar a nossa história e as pessoas excecionais que construíram esta organização”, acrescentou.

A MAPS serve como ponto de contacto das comunidades imigrantes de língua portuguesa nos EUA com as autoridades, hospitais e centros de abrigo no estado de Massachusetts e localidades vizinhas, dá aconselhamento na área social e de saúde e educa e faz testagem para doenças sexualmente transmissíveis.

Numa entrevista à Lusa no final do ano passado, Paulo Pinto recordou várias campanhas e programas marcantes e benéficos para a comunidade lusófona no Estado de Massachusetts.

“É incrível que a nossa organização tenha ultrapassado imensos desafios ao longo de cinco décadas e sobrevivido e conseguido apoiar milhares e milhares de imigrantes, ajudando esses imigrantes e famílias a construírem vidas mais saudáveis e com mais sucesso através dos nossos esforços, programas e serviços”, disse Paulo Pinto à agência Lusa em dezembro.

Segundo a organização, entre 01 de julho de 2019 e 30 de junho de 2020, a MAPS serviu “quase 18 mil membros das comunidades de língua portuguesa e outras e distribuiu mais de 142 mil dólares em assistência financeira de emergência a mais de 350 famílias”.

Até janeiro deste ano, a organização tinha ajudado imigrantes que sofreram com a doença da Covid-19 na compra de alimentos ou pagamento de aluguer, com a distribuição de ajudas no valor de mais de 250 mil dólares (cerca de 205 mil euros), provenientes de angariação de fundos e donativos de várias fundações.

A MAPS esteve presente em momentos de dificuldade, como uma rede de apoio e de ajuda a pessoas, famílias, pequenas empresas, negócios locais ou restaurantes, disse Paulo Pinto à Lusa.

Segundo o diretor executivo, uma das principais campanhas da MAPS nos últimos 50 anos foi a campanha de prevenção e testagem da doença sexualmente transmissível sida, a que a comunidade de língua portuguesa nos EUA não reconheceu imediatamente o valor.

O diretor executivo da MAPS recordou à agência Lusa a reação da comunidade portuguesa várias décadas atrás: “Tivemos ameaças de pessoas a telefonarem a dizer que nos iam fazer mal ou que iam destruir a nossa organização, porque estávamos a dar um mau nome à comunidade, porque estávamos a dizer que a nossa comunidade também tinha sida”.

“Hoje é um programa que é muito bem visto e reconhecido e a comunidade dá-nos imenso crédito pela nossa liderança”, contrapôs.

Paulo Pinto destacou também uma campanha dirigida para ajudar imigrantes a obter cidadania norte-americana, em colaboração com vários clubes portugueses ou associações e organizações portuguesas nos EUA.

O programa de cidadania ajudou imigrantes de 48 países no ano passado e a organização consegue ajudar entre 500 e mil pessoas por ano. “Ao longos dos 50 anos temos verdadeiramente ajudado milhares e milhares de pessoas a tornar-se cidadãos americanos”, disse o responsável.

LUSA/HN

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