Autoridades alemãs investigam a possível fraude com testes ao novo coronavírus

1 de Junho 2021

As autoridades alemãs estão a investigar alegações sobre fraude que envolvem uma utilização massiva de testes gratuitos ao novo coronavírus efetuados em lojas de telemóveis, de produtos de beleza ou em galerias de arte reconvertidas em todo o país.

Os alemães necessitam de apresentar um teste com resultado negativo para terem acesso a estabelecimentos de produtos não essenciais, frequentar restaurantes ou bares e assistir a eventos culturais.

O Governo assegura semanalmente um teste gratuito por cada pessoa, o que implicou a proliferação de 15 mil estabelecimentos que oferecem a realização dos testes e fornecem os resultados em 20 minutos.

“Existe a suspeita, uma suspeita muito sustentada depois de tudo aquilo que vimos, de que também existe fraude”, admitiu hoje o ministro da Saúde, Jens Spahn.

“Vai haver consequências criminais”, acrescentou, ao sublinhar que diversos procuradores estão a investigar as alegações.

Esta situação voltou a colocar questões sobre a quem cabe a responsabilidade pelas despesas extra do Governo alemão na resposta à pandemia.

Em 2020, foram detetadas falsas declarações em numerosos requerentes que procuravam apoio governamental para os negócios afetados pelo confinamento, e que implicaram restrições nas regras e grandes atrasos nos pagamentos, enquanto se procedia a novas avaliações.

Spahn disse que o Governo despendeu cerca de 660 milhões de euros para cobrir os custos do fornecimento de até 45 milhões de testes gratuitos mensais, mais do que em qualquer outro país da Europa, mas o ministério não especificou quantos destes testes forneceram resultados positivos.

No passado sábado, o Governo de Berlim já tinha referido que iria aprofundar as investigações à faturação de testes rápidos de Covid-19, na sequência de várias notícias sobre fraudes nos reembolsos aos comerciantes que vendem estes produtos.

“Qualquer pessoa que utilize a pandemia para enriquecer criminalmente deve ter vergonha de si próprio”, escreveu o ministro na ocasião, no Twitter, no mesmo dia em que vários jornais, incluindo o Suddeutsche Zeitung e o Tagesspiegel, publicaram uma investigação que indicia fraudes nesta área.

Em causa estava o pagamento de até 18 euros que o Governo, para aumentar o rastreio, faz aos comerciantes que disponibilizam os testes rápidos aos cidadãos, e que dependem apenas da informação dada pelo vendedor, não havendo nem fatura nem identificação dos consumidores.

LUSA/HN

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