Açores deverá atingir imunidade de grupo em julho, diz Governo Regional

2 de Junho 2021

Os Açores deverão atingir a imunidade comunitária à Covid-19 em julho, anunciou esta quarta-feira o Governo açoriano, que receberá uma majoração de vacinas para as ilhas sem hospital, o que permitirá reforçar as restantes através do contingente regional.

Segundo o presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, a região terá “uma majoração de vacinas para garantir a inoculação nas ilhas sem hospital”, que será, também, acompanhada pelo apoio de “uma equipa nova de militares: seis enfermeiros, dois médicos e um farmacêutico”.

José Manuel Bolieiro, que falava em conferência de imprensa no Palácio de Santana, em Ponta Delgada, acompanhado do vice-presidente e do secretário regional da Saúde e do Desporto, adiantou que esta é uma majoração concedida pelo Governo da República, que disponibilizará cerca de 30 mil doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19.

Assim, e tendo a ilha do Corvo já atingido a imunidade à doença causada pelo novo coronavírus em março, as 15 mil doses que vão chegar à região já esta semana serão distribuídas pelas ilhas de Santa Maria, Graciosa, Pico, São Jorge e Flores.

Com esta iniciativa, o executivo antecipa a “estimativa de calendário de cumprimento do objetivo imunidade comunitária”, que prevê que 70% da população esteja vacinada.

A expectativa do Governo açoriano é que, “durante o mês de julho”, a região possa atingir a “imunidade comunitária em todas as ilhas”, afirmou José Manuel Bolieiro, acrescentando que os Açores têm, neste momento, “em ‘stock’ do contingente da região 9.662 vacinas”.

“Adquirida esta majoração de vacinas e esta equipa, as ilhas com hospital, designadamente as ilhas de São Miguel, Terceira e Faial, contarão com o reforço da aplicação e alocação das vacinas do nosso próprio ‘stock’, do nosso contingente, para reforço”, começando “pela ilha de São Miguel, porque é, neste momento, a única com [casos de Covid-19] ativos”.

O presidente do Governo Regional frisou ainda que a equipa militar que já está a caminho da região irá “complementar a capacidade instalada” e que, “com a entrada em vigor do orçamento da Região Autónoma dos Açores, a partir de ontem [terça-feira]”, há “agora condições de reforçar estas equipas com enfermeiros e profissionais de saúde”.

Será ainda criada uma equipa de três enfermeiros da região que irá acompanhar o processo nas ilhas sem hospital.

José Manuel Bolieiro deixou uma “palavra de apreço e de gratidão” ao Governo da República, especificamente à secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, que defendeu a “importância estratégica de considerar as Regiões Ultraperiféricas como um laboratório epidemiológico e de conquista de imunidade comunitária”, e ao ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, “que assegurou os meios militares que ajudarão” no processo.

Também o presidente da ‘task force’ para a vacinação, o vice-almirante Henrique Gouveia de Melo, que chegará ao arquipélago na sexta-feira para acompanhar o processo, mereceu uma “palavra de gratidão e compromisso”.

Os Açores têm hoje 277 casos ativos de Covid-19, todos em São Miguel, “não havendo cadeias de transmissão local ativas, sendo que foram extintas 203 até ao presente” e estando sob vigilância ativa 1.489 pessoas.

Desde o início da pandemia foram diagnosticados nos Açores 5.604 casos de Covid-19.

Recuperaram doença 5.164 pessoas, 33 morreram, saíram do arquipélago 79 e 51 apresentaram prova de cura anterior.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.681.985 mortos no mundo, resultantes de mais de 171 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.025 pessoas dos 849.538 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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