França: Médicos de família já podem prescrever a PrEP

4 de Junho 2021

Em França, desde o início da epidemia de Covid-19, as prescrições de PrEP diminuíram 80%. Mas a partir do início deste mês, deixou de ser necessário ir ao hospital. Os médicos de família já podem prescrever o medicamento.

“Este é um grande passo em frente na luta contra a SIDA, tendo em atenção que, em França, todos os anos são diagnosticadas pelo menos 6.000 novas infeções”, noticiava a Rádio “Inter France”.

A partir do passado dia 1 de junho, “a profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o VIH pode ser prescrita por todos os médicos, começando pelos clínicos de Medicina Geral e Familiar , quer se trate de uma renovação de prescrição ou de uma primeira prescrição”.

A PrEP consiste no uso preventivo de medicamentos antirretrovirais antes da exposição sexual ao vírus, para reduzir a probabilidade de infeção pelo VIH. O objetivo da PrEP é prevenir a infeção pelo VIH e promover uma vida sexual mais saudável.

Em França, desde o início da crise sanitária, as primeiras prescrições deste tratamento diminuíram 80%. Até agora, para o obter, era necessário ir a um centro de rastreio e diagnóstico gratuito (CeGIDD) ou ao hospital. Isso desencorajava os doentes numa altura em que os hospitais continuam sobrelotados devido à pandemia.

“A crise sanitária pôs em evidência a queda na atividade de rastreio do VIH (menos10%) e das DST bacterianas (menos 6%) em 2020, bem como a diminuição da utilização da PrEP”, estima o Ministério da Saúde francês.

“Houve menos 650.000 testes VIH desde o início da epidemia”, advertiam os responsáveis da Associação “Sidaction”, no passado mês de março.

Segundo a Associação “AIDES” quando o medicamento é tomado de acordo com o calendário indicado, “o risco de infeção é mínimo”.

A PreP está disponível em França desde 2016, mas ainda é pouco utilizada. Estão registados menos de 30.000 pacientes, o que é insuficiente para quebrar a transmissão. A sua utilização continua a ser insuficiente entre os homens que fazem sexo com homens. E nas mulheres ronda apenas os 3%, segundo dados avançados pela rádio francesa.

Um estudo francês realizado durante três anos com 3.000 pacientes na região de Ile-de-France mostrou quase 100% de eficácia. “Apenas foram relatadas seis infeções por VIH , porque o tratamento tinha sido mal seguido. Há algumas semanas, o “Conseil National du Sida et des Hépatites Virales” (CNS) apelava a uma mudança de escala. Foi agora ouvido”, concluía a “Inter France”.

Adelaide Oliviera

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