Madeira diz esperar que Reino Unido mantenha região na “lista verde”

4 de Junho 2021

O Governo da Madeira disse esta quinta-feira esperar que o Reino Unido separe a região do restante território nacional, mantendo-a na "lista verde" de viagens internacionais, embora o executivo britânico tenha anunciado que a medida se aplica a todo o país.

“Estamos com a esperança de que haja o mesmo cuidado que existiu no passado, no que diz respeito à separação entre a Região Autónoma da Madeira e a realidade de Portugal continental”, disse o secretário regional do Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, num registo áudio enviado aos órgãos de comunicação social.

O governante comentava, deste modo, o anúncio do Ministério dos Transportes britânico de que Portugal, incluindo os arquipélagos da Madeira e Açores, vai deixar a “lista verde” de viagens internacionais do Governo britânico na terça-feira às 04:00.

Segundo o ministério, Portugal passa para a “lista amarela” para “salvaguardar a saúde pública contra variantes preocupantes” e proteger o programa de vacinação britânico.

Num comunicado, o Governo britânico refere que, de acordo com a base de dados europeia GISAID, foram identificados em Portugal 68 casos da variante B1.617.2, identificada pela primeira vez na Índia, denominada pela Organização Mundial de Saúde por variante Delta, “com uma mutação adicional potencialmente prejudicial”.

Eduardo Jesus sublinha que a situação pandémica na região é distinta do resto do país, com registo de 150 casos ativos de infeção por SARS-CoV-2, num total de 9.486 confirmados desde março de 2020 e 72 mortos associados à doença.

“Estamos com uma situação perfeitamente contida e com uma tendência muito positiva e esperemos que isso seja tido em conta para que a Região Autónoma da Madeira não seja injustamente considerada como parte da tendência nacional”, declarou.

O secretário regional do Turismo realçou que, ao contrário da Madeira, ocorreram situações ao nível nacional em que as medidas de contenção não foram acauteladas.

“Portugal experimentou alguns momentos em que as restrições e as medidas de contenção, no que diz respeito à pandemia, não foram respeitadas e isso, naturalmente, faz incidir sobre os indicadores uma tendência que é imediatamente apercebida, lida e considerada pelos mercados emissores”, refere Eduardo Jesus.

O Reino Unido é um dos principais mercados emissores de turismo para a Madeira.

Os países na “lista amarela” estão sujeitos a restrições mais apertadas, nomeadamente uma quarentena de 10 dias na chegada ao Reino Unido e dois testes PCR, no segundo e oitavo dia, como já acontece com a maioria dos países europeus, como Espanha, França e Grécia.

Portugal era até agora o único país da União Europeia (UE) na “lista verde”, que isenta os viajantes de quarentena no regresso a território britânico, em vigor desde 17 de maio.

De acordo com dados do Governo britânico, desde o início da pandemia morreram quase 128 mil pessoas morreram no Reino Unido, o pior índice de mortalidade na Europa.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 3.693.717 mortos no mundo, resultantes de mais de 171,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 17.029 pessoas dos 851.031 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

LUSA/HN

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