Numa nota publicada hoje no ‘site’ da Universidade do Porto, o instituto explica que o estudo, publicado na revista científica European Journal of Pediatrics, identificou “um maior risco de obesidade nas crianças que estudam em escolas das áreas urbanas”.
“As crianças que frequentam escolas com maior proximidade a áreas construídas e com menos espaços verdes apresentam um maior risco de desenvolverem obesidade”, refere.
O estudo analisou os espaços que se localizavam a uma distância de 500 metros de 20 escolas do município do Porto, considerando o número de áreas verdes e espaços construídos na envolvente, e avaliou a composição corporal, o peso e altura de 845 crianças do 3.º e 4.º anos do ensino básico.
As crianças que frequentavam escolas mais próximas de áreas construídas apresentaram “um índice de massa corporal (IMC) superior àquelas que estudam em estabelecimentos de ensino mais próximos de áreas verdes e menos construídas”.
De acordo com o ISPUP, tais resultados explicam-se pelo facto de os espaços exteriores às escolas “não favorecerem a prática de atividade” e destas crianças estarem “mais expostas a poluentes resultantes do tráfego automóvel”, que podem estar associados a um aumento da resistência à leptina (associada ao desenvolvimento da obesidade).
Citada na nota, Inês Paciência, primeira autora do estudo, salienta que os fatores ambientais “desempenham um papel importante nos comportamentos individuais e, consequentemente, na regulação do peso”.
“Dado que as crianças passam grande parte do seu tempo nos recintos escolares, quisemos perceber como é que o ambiente onde a escola se insere influencia a saúde da criança”, afirma a investigadora, lembrando que a “prática de exercício físico é fundamental para prevenir a obesidade e o excesso de peso”.
Inês Paciência sublinha ainda que os resultados mostram a importância da definição de políticas que visem a criação de espaços verdes nas envolventes das escolas.
“Os espaços verdes estão associados a estilos de vida mais saudáveis, à prática de exercício físico, à diminuição do ‘stress’ e a uma melhor saúde”, defende.
Na investigação, coordenada por André Moreira e Pedro Moreira, participaram ainda oito investigadores do ISPUP.
LUSA/HN
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