Cabo Verde tinha no ano passado 566 pacientes em tratamento por dependência do álcool

1 de Julho 2021

Cabo Verde tinha em 2020 um total de 566 pacientes em tratamento por dependência de álcool, que representam 66% dos doentes observados no país por consumo de substâncias psicoativas, informou esta quinta-feira o ministro da Saúde.

Arlindo do Rosário avançou os dados na sua intervenção, na cidade da Praia, na abertura das atividades comemorativas do Dia Nacional de Luta Contra o Uso Abusivo do Álcool, que se assinala hoje, e do 5.º aniversário da campanha presidencial “Menos Álcool mais Vida”.

Segundo o ministro da Saúde, esses doentes estão em tratamentos em estruturas como os hospitais centrais, as delegacias de saúde, Unidade Terapêutica da Granja de São Filipe, Tendas El Shadai, Fazenda da Esperança ou Remar.

No ano passado, havia 566 pacientes por dependência de álcool, representando 66% do total dos doentes tratados no país por dependência de substâncias psicoativas, que foram 862 pessoas, avançou o ministro.

Na sua intervenção, Arlindo do Rosário salientou que muitos que procuraram tratamento por dependência de substância ilícitas faziam ilegalmente o consumo abusivo do álcool e que 80% beneficiaram de tratamento em regime ambulatório e os restantes 20% em internamento.

Dos dados disponíveis, constatou-se que 82% dos utentes que procuraram internamento são do sexo masculino e 18% do sexo feminino, sendo que a idade dos doentes está concentrada na faixa etária dos 25 aos 44 anos (48%).

Ainda segundo o ministro, 75% dos atendimentos aconteceram em três ilhas (Santiago, São Vicente e Santo Antão) e os dois hospitais centrais (na Praia e em Mindelo) atenderam 489 pacientes por uso abusivo do álcool, representando 98% de pessoas atendidas por uso de substâncias psicoativas.

Apesar da situação pandémica que o país atravessa, o ministro disse que os dados permitam concluir que foram feitos “enormes esforços” para que todos aqueles que recorreram aos serviços de saúde fossem atendidos e tivessem o devido encaminhamento.

“Pois, houve um aumento do número de estruturas de tratamento, e estão na comunidade, e, por conseguinte, mais perto dos dependentes”, salientou Arlindo do Rosário, indicando que o número de utentes que recorreram ao apoio à distância aumentou, passando de 411 em 2019 para 780 em 2020.

O governante notou que o uso abusivo do álcool é um problema social e de saúde pública em Cabo Verde, entendendo que requer uma “abordagem integrada” e um trabalho coordenado e de complementaridade, bem como cooperação e ações com base em evidências científicas na área do álcool e outras drogas.

“Por forma a sermos capazes de dar respostas mais adequadas, eficazes e sustentáveis a este problema”, considerou, indicando que as respostas devem ser em todos os níveis, desde a prevenção, tratamento, seguimento e reinserção social.

O ministro destacou ainda o “papel insubstituível” de cada família, de cada indivíduo, de cada comunidade e de cada instituição e apelou ao exercício de uma “cidadania responsável”, empoderamento e participação social.

O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, lançou em 2016 a campanha de prevenção do uso abusivo do álcool “Menos Álcool Mais Vida”, que deu mote para Dia Nacional de Luta Contra o Uso Abusivo de Bebidas Alcoólicas, comemorado este ano pela primeira vez, após aprovação no parlamento.

Promovida pela Presidência da República, a comissão de coordenação da campanha é formada ainda pelos ministérios da Saúde, da Educação, da Família, e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

LUSA/HN

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