Marcelo defende que não se justifica “discurso alarmista fundamentalista”

1 de Julho 2021

 O Presidente da República defendeu esta quarta-feira que, apesar da subida de novos casos de infeção com o novo coronavírus, não se justifica um "discurso alarmista fundamentalista", tendo em conta os números de mortes e cuidados intensivos.

Em declarações aos jornalistas, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa quis deixar “uma nota sobre os números” de evolução da Covid-19 em Portugal, para “mais uma vez” pedir que haja “cabeça fria”.

O chefe de Estado referiu que “o número de infetados subiu para cima de dois mil e, portanto, isso pode levar as pessoas a de repente entrarem num discurso alarmista e, por isso mesmo, um alarmismo digamos fundamentalista”.

“Chamo a atenção para o facto de que, apesar de tudo, o número de mortos desceu de ontem [terça-feira] para hoje, continua muito baixo. O número de cuidados intensivos subiu e está em valores de 120, muito longe dos valores que determinaram períodos difíceis e mais críticos entre nós”, acrescentou.

O Presidente da República realçou ainda que o número de pessoas internadas com Covid-19 “está ligeiramente acima de 500, mas que significa também um número muito longe de números já vividos em Portugal”.

“Isto é, não é que não haja o dever de todos, nomeadamente os mais jovens, de estarem atentos nos seus comportamentos àquilo que é o seu relacionamento em sociedade. Outra coisa é entrar-se no discurso alarmista fundamentalista que se não justifica”, considerou.

Nas últimas 24 horas registaram-se em Portugal 2.362 novos casos de infeção com o novo coronavírus e morreram quatro pessoas doentes com Covid-19, estão agora internadas 504 pessoas com Covid-19 e 120 em cuidados intensivos, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Na Fundação Calouste Gulbenkian, Marcelo Rebelo de Sousa participou na sessão solene de encerramento das comemorações dos 150 anos do nascimento de Alfredo da Silva, fundador da Companhia da União Fabril (CUF), que descreveu como “o maior líder empresarial das primeiras cinco décadas do século XX” em Portugal.

“Diria mesmo mais: o maior empresário industrial de todo o século, deixando um legado único que atravessou o salazarismo”, considerou, na intervenção que encerrou estas comemorações.

O chefe de Estado referiu que “bisnetos e trinetos herdaram já em Estado de direito democrático aquilo que se afirmara em monarquia oitocentista e República liberal novecentista e prosseguira em ditadura militar e Estado autoritário constitucionalizado”.

“Alfredo da Silva construiu um império, e fê-lo com a teimosa determinação de uma férrea liderança, de uma visão notável de futuro, de um querer explorar caminhos muito diversos da rotina nacional, de um pragmatismo político constante feito de compromisso com a realidade de cada momento”, acrescentou.

LUSA/HN

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