‘Task-force’ diz que longas filas para vacinação eram “expectáveis”, mas devem ser resolvidas

5 de Julho 2021

O responsável pela vacinação contra a Covid-19 afirmou esta segunda-feira que a possibilidade de longas filas nos centros de vacinação era expectável devido ao aumento do ritmo do processo, mas reconheceu que é um problema e terá de ser resolvido.

Na primeira segunda-feira desde que arrancou a vacinação sem marcação de pessoas com 45 ou mais anos, o dia no centro de vacinação do concelho de Oeiras, no Pavilhão Carlos Queiroz em Carnaxide, começou com uma fila de milhares de pessoas que contornava todo o complexo desportivo.

“Já era expectável que isto acontecesse esta semana, face ao número de vacinas que vamos dar, mas é indesejável que as pessoas estejam tanto tempo na fila e vamos tentar melhor o processo”, disse à Lusa o vice-almirante Gouveia e Melo, que coordena a ‘task-force’ responsável pelo processo de vacinação contra a Covid-19.

No sábado, o responsável explicou que Portugal iria acelerar o ritmo de vacinação devido à rápida disseminação da variante Delta de SARS-CoV-2, prevendo que seja possível vacinar cerca de 850 mil utentes por semana.

Uma consequência expectável desta medida, como admitiu hoje, são as longas filas nos centros de vacinação, como aquela que testemunhou durante a manhã no Pavilhão Carlos Queiroz, onde diariamente são vacinadas em média duas mil pessoas.

“Vim cá perceber o que se passava ‘in loco’ para ter a certeza e vou agora tomar as medidas que forem necessárias para tentar que isto não volte a acontecer, apesar de que nesta semana e na próxima a probabilidade de existirem filas seja elevada face ao ritmo de vacinação muito elevado que vamos ter”, explicou.

Entre as medidas possíveis, referiu a necessidade de um melhor esclarecimento dos horários do processo “casa aberta”, que agora permite a vacinação de pessoas com 45 ou mais anos sem agendamento prévio.

No centro de vacinação de Oeiras, por exemplo, existem dois horários reservados para essa modalidade – entre as 13:00 e as 14:00 e entre as 18:00 e as 19:00 – mas por desconhecimento, algumas pessoas dirigiram-se ao pavilhão logo de manhã.

“Eu aconselho as pessoas a virem depois das 17:00 para o processo “casa aberta”, referiu Gouveia e Melo, explicando que é sobretudo ao final do dia há maior disponibilidade paras as pessoas sem marcação.

Foi também essa a recomendação que foi sendo dada a quem chegou àquele centro de vacinação antes do horário disponível, como testemunhou a Lusa, de forma a tentar não alongar uma espera já demorada.

Já ao início da tarde, cerca das 13:30, milhares de pessoas formavam uma fila que ainda contornava todo o complexo desportivo, e em que quem já tinha às costas horas de espera se cruzava com quem tinha acabado de chegar, numa espécie de circulo que não se fechava e continuava a crescer por onde podia.

Mariana Gonçalves era uma entre a maioria de pessoas que esperava há horas a sua vez, apesar de ter marcação.

“Estou à espera desde as 11:30”, relatou à Lusa, contando que no dia anterior tinha acompanhado o marido à vacinação contra a Covid-19 e o cenário era completamente diferente. “Nunca esperei que isto estivesse assim”, admitiu.

Alguns metros atrás, Ana Gil também aguardava a sua vez, mas garantiu que apesar da dimensão da fila, “é mais assustador do que parece” e a fila anda a bom ritmo.

Àquela hora, a equipa do centro de vacinação já tinha colocado cadeiras ao longo de todo o percurso de forma a facilitar a espera e distribuía águas às pessoas, que continuavam a chegar.

LUSA/HN

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