Farmacêuticos têm informado a Ordem que, na tentativa de dar resposta a este aumento de procura de realização dos testes rápidos de antigénio, têm tentado reforçar suas equipas “num contexto que em parte é adverso porque já estavam planeadas as férias dos seus colaboradores”, disse hoje à agência Lusa o presidente da secção regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Enfermeiros.
“Conscientes desta situação e tentando dar resposta a este desígnio nacional de aumento da capacidade testagem, a Ordem dos Farmacêuticos está a trabalhar com o INSA [Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge] e com o Infarmed [Autoridade Nacional do Medicamento] na criação de uma bolsa de voluntários com estudantes de Ciências Farmacêuticas”, avançou o responsável Luís Lourenço.
Para isso, adiantou, têm tido “a colaboração preciosa” da Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia, para fazer a recolha de informações sobre os alunos que gostariam de estar envolvidos neste processo e que fossem voluntários para farmácias e laboratórios de análises clínicas para ajudar na parte burocrática, uma vez que toda a execução técnica é realizada pelo farmacêutico.
Segundo Luís Lourenço, a carga burocrática “é muito elevada” e com este apoio conseguiria reduzir-se o período de 15 minutos que o farmacêutico despende para realizar um teste, permitindo também que o profissional esteja “mais focado” na técnica de recolha das amostras e na sua interpretação.
O objetivo desta bolsa de voluntariado é conseguir, “de alguma maneira”, ajudar “a aliviar um pouco esta carga burocrática que depois também se repercute na prestação de serviços à população, porque o farmacêutico tem mais tempo disponível”.
Por outro lado, observou Luís Lourenço, haverá, à partida, maior capacidade de testagem, para dar resposta à procura dos utentes.
“É preciso entender também o que é o dia-a-dia de um farmacêutico numa farmácia que está assoberbado de trabalho e não consegue dar resposta. Os telefonemas são infindáveis, as abordagens no balcão também são inúmeras”, salientou.
Segundo dados da Associação Nacional das Farmácias, as farmácias já venderam mais de um milhão de testes rápidos de antigénio para deteção do SARS-CoV-2, sendo a maioria autotestes.
Até ao dia 28 de junho, as farmácias de todo o país dispensaram 1.066.050 testes, dos quais 703.331 eram autotestes e 362.719 foram realizados pelos farmacêuticos nas farmácias.
As farmácias começaram a realizar testes rápidos de antigénio a nível alargado no país a partir de janeiro, mas já estavam autorizadas a fazê-lo desde o dia 16 de dezembro 2020, quando se iniciou a segunda fase da estratégia de utilização de testes rápidos de antigénio, alargando a sua realização a todas as unidades de saúde com registo na Entidade Reguladora da Saúde.
LUSA/HN
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