Moderna pede autorização para administrar terceira dose da vacina nos EUA

2 de Setembro 2021

O laboratório farmacêutico Moderna apresentou à agência norte-americana do medicamento (FDA) os primeiros dados para a obtenção de autorização para uma terceira dose da vacina contra a Covid-19 nos Estados Unidos.

“Estamos felizes por iniciar o pedido e empenhados em manter-nos à frente do vírus”, disse, em comunicado divulgado na noite de quarta-feira, o diretor-executivo do laboratório, Stéphane Bancel.

A empresa biotecnológica norte-americana forneceu os resultados de testes realizados em cerca de 350 participantes, que receberam uma dose de reforço seis meses após a segunda injeção.

A Moderna disse ainda que pretende enviar esses dados também à Agência Europeia do Medicamento (EMA) e a outras entidades reguladoras no resto do mundo “durante os próximos dias”.

A dosagem para este reforço é de 50 microgramas, ou seja, metade da dosagem das primeiras duas injeções.

De acordo com a Moderna, os níveis de anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2 “baixaram significativamente” ao fim de “cerca de seis meses” após a primeira série de duas injeções.

Porém, “após uma terceira dose, foi atingido um nível de anticorpos semelhante” ao alcançado anteriormente em todas as faixas etárias.

A tolerância à dose de reforço foi semelhante às duas primeiras injeções.

Em meados de agosto, o consórcio Pfizer/BioNTech também apresentou os seus primeiros resultados à FDA para sustentar um pedido de autorização para a administração da terceira dose da vacina.

A FDA anunciou na quarta-feira que um comité consultivo irá reunir-se em 17 de setembro para “discutir o tema das doses adicionais de vacina Covid-19” e, especificamente, para analisar o pedido da Pfizer para pessoas até 16 anos de idade.

O parecer deste comité é necessário antes de uma eventual autorização.

As autoridades de saúde sénior anunciaram, no final de agosto, que em 20 de setembro teria início uma campanha de revacinação para todos os norte-americanos que receberam a segunda dose das vacinas da Pfizer ou da moderna há pelo menos oito meses.

No entanto, os especialistas criticaram a decisão, anunciada antes que as agências científicas realizassem as suas análises independentes.

Além disso, os dados disponíveis mostram, por enquanto, que as vacinas continuam a ser muito eficazes contra os casos graves de doença, hospitalizações e óbitos, o que continua a ser o seu principal objetivo.

O assunto da terceira dose também reacendeu a questão das desigualdades no acesso às vacinas, numa altura em que muitos países, especialmente em África, tiveram acesso a um número muito limitado de doses.

LUSA/HN

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